Polêmica na Flip de Paraty: Casas parceiras podem vender livros com selo da festa após pressão da sociedade!

A polêmica envolvendo a proibição da venda de livros nas casas parceiras da Festa Literária Internacional de Paraty, conhecida como Flip, teve um desfecho inesperado. Após encontrar resistência e críticas desde que a proposta foi divulgada pela imprensa, a organização do evento decidiu recuar e permitir a comercialização de exemplares pelas casas parceiras.

A novidade foi comunicada através de um novo comunicado da Flip, que estabelece que as casas poderão vender livros se adquirirem o Selo Livraria da Flip, mediante uma contribuição mínima de R$ 1.000. De acordo com a Associação Casa Azul, responsável pela festa, o selo representa o compromisso das casas com o meio ambiente, responsabilidade social e gestão participativa do território de Paraty.

A medida visa conscientizar os parceiros sobre o impacto ambiental causado pelos resíduos durante os dias do evento, buscando amenizar a sobrecarga na infraestrutura da sensível região de Paraty. Inicialmente, a proibição da venda de livros tinha como objetivo evitar práticas predatórias ao ecossistema local, defendendo que a Flip é uma festa, e não uma feira comercial.

A nova solução proposta pela organização foi negociada com a prefeitura e o Iphan, órgão responsável pelo patrimônio histórico do centro de Paraty. A taxa de R$ 1.000 arrecadada com o Selo Livraria da Flip será destinada ao Instituto Colibri, uma ONG que atua com coleta seletiva na cidade desde 2010.

No entanto, ainda não se sabe ao certo como essa medida afetará as casas parceiras, muitas das quais já estavam reavaliando sua participação devido à reduzida margem de lucro na Flip. A necessidade de desembolsar um novo valor, não cobrado em edições anteriores, pode comprometer a viabilidade financeira para alguns estabelecimentos, que possuem custos com aluguel, viagens e estrutura do espaço em Paraty.

Com a Flip marcada para acontecer em pouco mais de um mês, a programação principal do evento contará com autores renomados, como Édouard Louis, Jeferson Tenório, Carla Madeira e o cacique Raoni, sob curadoria de Ana Lima Cecilio. A programação paralela, que também costuma atrair os leitores, dependerá do desfecho dessa negociação entre a organização e as casas parceiras da Flip.

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