Podemos recorrerá ao STF contra decisão que mantém mandatos dos deputados eleitos por critério 80-20 na distribuição de sobras eleitorais

A executiva nacional do Podemos anunciou que apresentará um recurso contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que preservou os mandatos dos sete deputados eleitos pelo critério 80-20 da segunda etapa de distribuição de sobras eleitorais em 2022. De acordo com a representação jurídica do partido, a decisão não atendeu aos requisitos legais para entrar em vigor.

No último dia 28, o STF considerou inconstitucional a adoção do limite de 80% do quociente partidário e 20% do quociente eleitoral para a inclusão de candidatos a cargos legislativos na segunda etapa de distribuição das sobras eleitorais, voltando à norma anterior que permitia a inclusão de todos os candidatos de todos os partidos. No entanto, a Corte decidiu que a abertura na disputa pelas sobras só se aplicará a partir das eleições de 2024, com efeito ex nunc.

Partidos como Podemos, Rede, PSB e PP, que foram os autores das ações que levaram ao julgamento, inicialmente pediram que a declaração de inconstitucionalidade do critério 80-20 tivesse efeito ex tunc, o que resultaria na substituição de sete deputados na Câmara dos Deputados. No entanto, a maioria dos ministros, incluindo o presidente Luís Roberto Barroso, entendeu que isso poderia afetar a segurança jurídica do resultado das eleições de 2022.

A defesa jurídica do Podemos argumentou que a decisão deveria ser imediatamente seguida como regra legal, e que a modulação dos efeitos só poderia acontecer com maioria qualificada. O partido respeita a decisão da Corte, mas enfatiza a importância de que as decisões sigam estritamente a lei.

Caso o STF acate o recurso e atribua efeito ex tunc, o Podemos terá dois deputados a mais no Congresso Nacional, consolidando uma bancada com 18 deputados. A discussão sobre os efeitos da decisão do STF continua, com o partido buscando garantir que a legalidade seja rigorosamente seguida.

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