PM aciona Justiça contra realização de reuniões da corporação na Igreja Universal: policial alega abuso de poder e violação da liberdade religiosa.

O policial militar Marco Aurélio Bellorio ingressou com um processo na Justiça, alegando ter sido obrigado a participar de reuniões da corporação em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus. De acordo com Bellorio, que é católico, a obrigatoriedade de participar das reuniões feria a sua liberdade de crença e configurava um abuso de poder por parte da corporação.

Ele relatou à Justiça que, por não ter comparecido a uma das reuniões, passou a ser alvo de um procedimento administrativo. Diante disso, solicitou que o Estado fosse condenado a pagar uma indenização por danos morais.

Em resposta, o governo paulista argumentou que as reuniões realizadas na Igreja Universal não tinham caráter religioso, mas sim se referiam a assuntos militares. Ressaltaram ainda que o templo era utilizado devido à necessidade de um espaço amplo para comportar um grande número de pessoas.

As reuniões da Polícia Militar na Universal foram realizadas durante a gestão de João Doria e continuaram ocorrendo na gestão de Tarcísio de Freitas. Após uma solenidade de entrega de medalhas aos policiais, era oferecida assistência espiritual e valorativa, conforme informado pela reportagem.

Apesar da rejeição do processo em primeira instância, Bellorio recorreu da decisão e aguarda um novo julgamento. O processo, aberto em 2020, segue sob segredo de Justiça. A Justiça destacou que a presença dos policiais nas rápidas orações realizadas após as reuniões de trabalho era facultativa.

Por fim, cabe ressaltar que desde 2023, São Paulo é governado por Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro, que recentemente fez um discurso na Marcha para Jesus citando personagens bíblicos, reforçando sua fé católica.

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