Repórter São Paulo – SP – Brasil

Plano de corte de receitas de energia renovável no Chile provoca preocupação entre investidores estrangeiros e setor de energia

O Chile está enfrentando críticas e preocupações de investidores estrangeiros devido aos planos do governo de cortar as receitas de pequenos operadores de energia renovável. A coalizão de esquerda liderada pelo presidente Gabriel Boric revelou um projeto de lei que reduziria as receitas desses pequenos fornecedores, especialmente os de energia solar, para financiar um subsídio de eletricidade para consumidores mais pobres.

Investidores do setor de energia e a Câmara de Comércio dos EUA alertaram que essas medidas poderiam levar à inadimplência e prejudicar a confiança dos investidores estrangeiros. No entanto, o ministro das Finanças, Mario Marcel, minimizou as preocupações, afirmando que as pessoas não deveriam exagerar na reação e questionar toda a estrutura institucional do setor de eletricidade.

Segundo Luis Sabaté, CEO da geradora de energia Matrix Renewables, se o plano atual for aprovado, muitas usinas estarão em inadimplência técnica, afetando o investimento subsequente no setor. Agências de classificação também alertaram para a possibilidade de pequenos geradores de energia deixarem de ser lucrativos se o plano do governo for adiante.

Os investidores estão preocupados com as consequências do plano de subsídios do governo Boric, e muitos temem que o Chile, tradicionalmente conhecido por suas regras estáveis e previsíveis, esteja mudando para pior. No entanto, o governo está avançando com cortes de impostos, desenvolvimento de hidrogênio verde e medidas para acelerar a concessão de licenças para novos projetos, buscando manter o interesse dos investidores estrangeiros.

Além disso, o Chile está explorando suas fontes abundantes de energia renovável, como o Deserto do Atacama, e está buscando aumentar a produção de lítio, tornando-se o segundo maior produtor do mundo. O governo espera atrair investimentos em hidrogênio verde e lítio, mesmo enfrentando resistências da indústria.

Apesar dos desafios, o governo espera aprovar reformas fiscais e previdenciárias, visando impulsionar o crescimento econômico e a confiança dos investidores. A expectativa é que o Chile continue a ser um destino atraente para investimentos estrangeiros, mesmo diante das incertezas do panorama atual.

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