Pesquisador aborda a questão da desinformação na era digital, defendendo regulamentação das plataformas e criticando impactos da desinformação na sociedade.

A desinformação é um fenômeno que tem se expandido com rapidez na era digital, e tem gerado consequências preocupantes para a sociedade em geral. Com o intuito de abordar mais eficazmente esse problema, o pesquisador Marco Schneider defende a regulamentação das plataformas como uma forma de combater a desinformação.

Schneider, que é professor de Ética Jornalística na Universidade Federal Fluminense, destaca a importância de debater, investigar e combater a desinformação de forma efetiva, por meio do estudo de suas raízes e dos danos associados a ela. Como presidente do International Center for Information Ethics, ele ressalta que a desinformação tem encontrado terreno fértil em diversos contextos, como em situações de conflito, onde a disseminação de informações falsas é comum.

Um dos principais pontos abordados por Schneider em sua entrevista é o papel das redes sociais e seus algoritmos no processo de propagação da desinformação. Ele destaca que essas plataformas, impulsionadas por modelos de negócios que buscam engajamento, acabam favorecendo a circulação de informações que provocam emoções negativas, como raiva e medo. A desinformação, segundo o pesquisador, encontra espaço na intensidade das emoções geradas em contextos de conflito, como em guerras e crises.

Um exemplo marcante citado por Schneider é a tragédia provocada pela desinformação durante a pandemia de covid-19, que resultou em milhares de mortes no Brasil. Para combater a desinformação, o pesquisador ressalta a importância de questionar a fonte das informações e de desenvolver um pensamento crítico em relação ao que é compartilhado nas redes sociais.

Além disso, Schneider destaca a necessidade de políticas públicas de larga escala de alfabetização midiática e informacional, bem como de regulação democrática das mídias e plataformas digitais, como medidas essenciais para enfrentar o problema da desinformação.

No cenário brasileiro, o pesquisador ressalta que há três tipos de ações principais em curso: checagem de informações, educação midiática e informacional, e regulação das plataformas. Ele destaca a importância dessas ações como formas de combater a desinformação e minimizar seus impactos na sociedade.

Em resumo, a entrevista de Marco Schneider oferece um olhar profundo sobre a problemática da desinformação e destaca a necessidade de esforços conjuntos da sociedade, da academia e de diversas partes interessadas para enfrentar esse desafio constante.

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