Em parceria com o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e com o apoio da Global Living Coalition, o Anker realizou uma ampla pesquisa nacional para identificar o valor mínimo necessário para garantir uma vida sem dificuldades no Brasil. Dividindo o país em 59 regiões, o estudo levou em consideração as características econômicas de cada localidade.
Seguindo o princípio do “living wage”, que estipula o valor necessário para um trabalhador suprir suas necessidades básicas, o Anker compilou dados de diversas regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, interior do Piauí e algumas regiões do Ceará.
Segundo Ian Prates, coordenador do projeto no Brasil, a divulgação desses valores tem o objetivo de embasar a discussão e contribuir para a criação de estratégias e planos de ação concretos para tornar o salário digno uma realidade. A pesquisa considerou trabalhadores e trabalhadoras de 25 a 59 anos e estimou os valores necessários para custear alimentação saudável, habitação digna e outras despesas básicas.
Os dados compilados em São Paulo apontam que o salário digno varia de R$ 2.518 na região que engloba o litoral (menos Santos) e Itapetininga a R$ 3.428 na capital. A pesquisa também revelou que o salário mínimo no Brasil perdeu o propósito original de garantir uma vida decente para a classe trabalhadora e se tornou um acordo entre a classe empresarial e o governo sobre o que poderiam pagar.
O estudo ressalta que os custos de vida variam significativamente de região para região, refletindo as condições econômicas e sociais de cada localidade. A divulgação desses valores visa contribuir para que a agenda do salário digno ganhe cada vez mais força no país, permitindo que mais trabalhadores e suas famílias tenham acesso a um padrão de vida decente.