Pesquisa revela os partidos integrantes do centrão brasileiro: Progressistas, Republicanos, PL, PTB e outros são destacados.

Recentemente, um artigo científico de co-autoria dos cientistas políticos Graziella Testa, Lara Mesquita e Bruno Bolognesi está prestes a ser publicado na renomada revista “Cadernos CRH”. Nesse estudo, os pesquisadores se propuseram a trazer dados de diversas fontes com o intuito de enriquecer o debate sobre o centrão no Brasil, um fenômeno político que transcende as divisões partidárias tradicionais.

O grande desafio que permeia a definição do centrão é a tentativa de classificá-lo de acordo com critérios ideológicos ou comportamentais. Será que esse grupo se caracteriza mais por um viés ideológico conservador, reflexo de suas origens históricas na constituinte, ou se destaca pelo fisiologismo e comportamento clientelista? Essa é a questão que os especialistas buscam responder por meio de dados e análises.

Uma das abordagens adotadas pelos pesquisadores foi a realização de um survey com especialistas no tema. Foram aplicados questionários para 539 cientistas políticos, dos quais 379 responderam, resultando em uma taxa de retorno significativa de 70,31%. Os participantes foram convidados a indicar livremente os partidos que consideram integrantes do centrão, estabelecendo um critério de seleção baseado na quantidade mínima de indicações.

Os resultados dessa pesquisa revelaram que os partidos que mais se destacaram como integrantes do centrão foram: Progressistas, Republicanos, Partido Liberal, Partido Trabalhista Brasileiro e Patriota, Movimento Democrático Brasileiro, União Brasil, Podemos e Partido Social Democrático. Essa classificação representa uma importante contribuição para o debate político no país, trazendo luz para a compreensão do arranjo partidário brasileiro para além das estruturas formais.

Além disso, os pesquisadores destacam a relevância da reforma eleitoral de 2017, que impactou significativamente a configuração dos partidos políticos no Brasil. A abolição das coligações e a instituição da cláusula de desempenho trouxeram mudanças significativas no quadro partidário nacional, gerando novos desafios e oportunidades para o entendimento do comportamento político dessas agremiações.

O estudo em questão ainda pretende explorar mais a fundo os elementos de atuação no Plenário e os resultados eleitorais para identificar os partidos com maior grau de fisiologismo e as implicações da reforma de 2017. Com isso, os pesquisadores buscam contribuir de forma significativa para a compreensão do cenário político brasileiro e os desafios que o mesmo apresenta no atual contexto.

Portanto, a pesquisa liderada por Testa, Mesquita e Bolognesi promete trazer novas perspectivas e insights valiosos para o debate sobre o centrão e o sistema partidário brasileiro, enriquecendo o campo da ciência política e contribuindo para uma compreensão mais aprofundada da realidade política do país.

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