Peru deixa de considerar transexualidade como doença mental: decisão após protestos em Lima e críticas da OMS.

O governo do Peru anunciou uma decisão importante nesta terça-feira (25), onde deixará de considerar a transexualidade como uma doença mental. A medida foi tomada após protestos que ocorreram no mês passado, onde manifestantes exigiam a revogação de uma lei que classificava os transgêneros como doentes mentais, permitindo assim tratamentos de saúde tanto na rede pública quanto privada.

Essa lei gerou críticas por ser considerada desnecessária, já que as normas vigentes permitiam o acesso universal aos serviços de saúde mental. Além disso, a legislação estava em desacordo com o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2018 removeu a transexualidade da lista de doenças mentais da Classificação Internacional de Doenças.

O Coletivo Marcha del Orgullo, juntamente com outras organizações LGBTQIA+ do Peru, expressaram preocupação com o uso de uma norma desatualizada, o que poderia favorecer práticas prejudiciais à população transgênero. Eles exigiram que o Ministério da Saúde modificasse a norma para estar de acordo com as diretrizes da OMS e evitar terapias de conversão e outras práticas consideradas tortura pelo direito internacional.

Diante deste cenário, o Ministério da Saúde peruano divulgou uma nota informando que não mais referirá os transgêneros como portadores de distúrbios, adotando o termo “discordância de gênero” para fins de classificações de saúde mental e comportamental elegíveis para tratamento. Além disso, a pasta se comprometeu a evitar o uso de termos considerados preconceituosos e reforçou o respeito pela dignidade das pessoas.

Essa medida representa um avanço significativo no Peru, reconhecendo a transexualidade de forma adequada e respeitosa, alinhando-se com as normas internacionais e promovendo o respeito aos direitos humanos para a população LGBTQIA+.

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