Repórter São Paulo – SP – Brasil

Persistência das barreiras invisíveis: a sub-representação feminina em posições de liderança reflete o desafio do ‘teto de vidro’

A baixa representação de mulheres em posições de liderança é um desafio que ainda persiste, como apontam dados e estudos. Em 2022, a participação feminina em parlamentos nacionais foi de apenas pouco mais de 26% em todo o mundo. Embora tenha alcançado quase 36% nos países da América Latina e Caribe, essa porcentagem não chegou a 18% no Brasil.

Essa disparidade também se reflete no âmbito empresarial, com menos de 20% das empresas tendo uma mulher ocupando cargos de alta gerência ou direção. Além disso, observa-se que, conforme as posições de liderança se tornam mais altas, a sub-representação feminina se acentua. Essas estatísticas refletem a existência de barreiras invisíveis nas esferas política e empresarial, também conhecidas como “teto de vidro”, que impedem o avanço das mulheres para cargos de liderança.

Essa discussão é relevante porque a promoção de uma maior participação feminina, assim como de pessoas negras, em posições de liderança não apenas enriquece os processos de tomada de decisão, como também influencia positivamente a dinâmica das atividades, a comunicação e a colaboração das equipes. Essa sinergia resulta em um melhor desempenho, não apenas nos âmbitos empresarial privado e público, mas também na esfera política.

É essencial identificar as causas dessas barreiras que geram as disparidades nas posições de liderança. Estudos indicam que estereótipos de gênero podem alimentar a discriminação e a exclusão. Além disso, a ausência ou limitação de acesso a redes profissionais, orientação e mentoria podem atuar como obstáculos ao progresso das mulheres, mesmo na ausência de discriminação. As responsabilidades familiares, principalmente após a maternidade, também podem impactar negativamente a trajetória de carreira das mulheres.

Diferenças de gênero na disposição para correr riscos, competir e negociar também são fatores que podem afetar a participação feminina em cargos de liderança. Estudos mostram que, embora meninas tenham uma disposição similar a meninos para assumir riscos na infância, essa igualdade diminui drasticamente durante a adolescência.

As implicações dessas disparidades vão além das lideranças. Fatores culturais e normas de gênero alimentam a desigualdade em diversas esferas. Para alcançar uma maior equidade, é necessário eliminar estereótipos, facilitar o acesso a oportunidades e promover um ambiente de apoio.

A promoção da diversidade na liderança é fundamental para o progresso, uma vez que impulsiona a inovação, eficiência e resiliência das instituições. Um futuro promissor exige ação e colaboração para que todas as vozes tenham espaço para liderar e inspirar.

A música sugerida pela participante Maria Dolores Montoya Diaz para os leitores é “Dona de Mim”, de IZA.

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