Perícia aponta falha de escapamento em carro onde quatro jovens foram encontrados mortos em Balneário Camboriú

Quatro jovens foram encontrados mortos em um carro BMW na rodoviária de Balneário Camboriú (SC) e a perícia feita no veículo identificou uma desconexão entre o motor e o sistema de escapamento de gás. A suspeita principal da polícia é de que as vítimas tenham morrido intoxicadas pelo vazamento de monóxido de carbono do motor para dentro do carro, no qual ficaram por mais de três horas com o ar condicionado ligado.

Os jovens foram identificados como Gustavo Pereira Silveira Elias, 24, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Nicolas Oliveira Kovaleski, 16, e Karla Aparecida dos Santos, 19. Eles serão velados em Paracatu (MG), onde viviam antes de se mudarem para Santa Catarina.

A investigação agora se volta para descobrir o que provocou a desconexão entre o motor e o escapamento. Uma das principais suspeitas recai sobre uma customização feita no carro para ampliar o ronco do motor, que pode ter sido a causa da alteração.

Apesar disso, o engenheiro mecânico Fernando Castro Pinto, da Coppe/UFRJ, ressalta que a customização não é feita no local em que a falha foi identificada pela perícia. No entanto, ele afirma que a falha pode ter sido causada durante a mudança.

A ampliação do ronco do motor se dá pela alteração de funcionamento dos chamados “silenciadores” dos escapamentos por um “abafador esportivo”, conforme explicado pelo professor da Coppe. Contudo, segundo ele, apenas a falha no escapamento não seria capaz de causar a intoxicação. O fato dos jovens terem ficado dentro do carro parado, com as janelas fechadas e o ar condicionado ligado, também contribuiu para o problema.

A noiva de Gustavo declarou à polícia que o grupo já estava passando mal quando chegou à rodoviária, e eles suspeitaram que o mal-estar havia sido causado por um cachorro quente que haviam comido horas antes na praia, durante a festa de Réveillon. Resolveram ficar no carro por algumas horas, com o veículo ligado, sem suspeitar que era o carro que causava o mal-estar.

Segundo o delegado Bruno Effori, a testemunha relatou que todos estavam se sentindo mal, mas aparentemente conscientes. Ela ficou entrando e saindo do veículo, o que provavelmente foi o que a salvou.

A tragédia dos quatro jovens serve como um alerta sobre os perigos de ficar dentro de carros fechados com o motor ligado, principalmente com o ar condicionado funcionando. A investigação prossegue para esclarecer totalmente as circunstâncias que levaram a essa fatalidade.

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