Além das perdas físicas, o estudo também destaca outros problemas que contribuem para o desperdício de água, como perdas comerciais, erros de medição e furtos. No total, foram registrados 7 bilhões de metros cúbicos de água não faturada, o que representa quase 7.636 piscinas olímpicas desperdiçadas diariamente.
O Instituto Trata Brasil aponta que, em 2022, aproximadamente 37,8% da água tratada foi perdida durante a distribuição no país, um índice muito acima da média observada em países desenvolvidos, que é de 15%. Para combater esse problema, o Ministério do Desenvolvimento Regional estabeleceu metas relacionadas à perda de água na distribuição como requisito para acesso a recursos públicos federais e financiamentos com verba da União.
De acordo com a presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, o ideal seria que o percentual de água desperdiçada durante o abastecimento ficasse em torno de 25% ou menos. No entanto, apenas 9 dos 100 maiores municípios do país conseguiram atingir esse índice em 2022, sendo que metade das cidades com excelência nesse quesito estão localizadas em São Paulo.
Por outro lado, algumas capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Recife, Cuiabá, Rio Branco, Macapá e Porto Velho, apresentam os piores índices de perda de água na distribuição. Segundo o Trata Brasil, 60% do problema está relacionado a perdas físicas, o que demonstra a urgência de medidas para reduzir o desperdício e garantir o acesso adequado à água potável para a população. Para isso, será necessário realizar investimentos no setor de saneamento básico e implementar estratégias eficazes para combater o desperdício de água no país.
