O prefeito de Inocência, Antônio Ângelo Garcia dos Santos, conhecido como Toninho da Cofapi (PP), demonstra um misto de entusiasmo e preocupação com a chegada desse empreendimento de R$ 28 bilhões. Ele espera que esse investimento impulsione a economia local, colocando Inocência entre os dez maiores municípios em receita do estado dentro de cinco anos. No entanto, olhando para casos semelhantes, como o de Ribas do Rio Pardo, a preocupação com os possíveis impactos negativos desse desenvolvimento repentino é evidente.
O prefeito João Alfredo Danieze, de Ribas do Rio Pardo, viu sua cidade passar por um boom econômico após a instalação da fábrica da Suzano, a maior empresa de celulose do país. Com o aumento significativo da população, surgiram desafios como a falta de infraestrutura, aumento da violência e necessidade de ampliação dos serviços de saúde. No entanto, no médio prazo, o dinheiro proveniente desses investimentos compensou, levando o orçamento municipal a crescer significativamente.
O professor de administração pública da Fundação Getúlio Vargas, Gustavo Fernandes, alerta que ter muito dinheiro de uma hora para outra não garante necessariamente a riqueza de um município. É fundamental que haja capacidade administrativa para fazer escolhas acertadas e evitar que a desigualdade aumente com o enriquecimento de uma pequena parcela da população.
Com a instalação da fábrica da Arauco, Inocência se prepara para um novo capítulo em sua história. O desafio agora é garantir que o desenvolvimento econômico traga benefícios duradouros, evitando os problemas enfrentados por outros municípios que passaram por situações semelhantes. A população e as autoridades locais estão atentas aos possíveis impactos e trabalhando para garantir um futuro próspero para a cidade, sem perder sua essência característica de tranquilidade.