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Pedidos de impeachment de Moraes geram tensão no Congresso Nacional após investigação sobre atuação no inquérito das fake news.

Pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes têm sido uma constante no Congresso Nacional. Essa onda ganhou força com a divulgação de uma reportagem pela Folha de São Paulo, que revelou que o gabinete de Moraes no Supremo Tribunal Federal teria ordenado, de forma extraoficial, a produção de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral para embasar decisões contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no inquérito das fake news, período em que Moraes exercia a presidência da corte eleitoral.

Paralelamente, decisões recentes do STF provocaram atritos com o Congresso Nacional, como a que dificultou o pagamento de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Em resposta, o Congresso ameaçou retaliar com a votação de projetos que limitam a atuação do tribunal.

Após a publicação da reportagem, ministros como Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, saíram em defesa de Moraes durante discursos no plenário do STF, elogiando sua conduta.

Com sua posição fortalecida, Moraes decidiu abrir um inquérito por conta própria para investigar o episódio, se autodeclarando relator. Ele determinou o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, e ordenou a apreensão do celular dele.

Na decisão que instaurou o inquérito, Moraes destacou que o vazamento de mensagens privadas entre servidores do TSE e STF indicam uma possível atuação criminosa para desestabilizar as instituições republicanas.

O procurador-geral da República, Gonet, tem apoiado as medidas de Moraes não apenas em palavras, mas também em ações, não questionando a abertura do inquérito sem consulta prévia, como é de praxe nas investigações conduzidas pelo STF.

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