Partido Trabalhista perde eleições gerais na Nova Zelândia e centro-direita fica próxima de voltar ao poder

O Partido Trabalhista sofreu uma derrota nas eleições gerais na Nova Zelândia, abrindo caminho para o retorno da centro-direita ao governo do país. A primeira-ministra Jacinda Ardern, conhecida internacionalmente por suas posturas progressistas, entregou o cargo em janeiro deste ano alegando falta de energia.

De acordo com a Comissão Eleitoral do país, com 92% das urnas apuradas, o Partido Nacional, de centro-direita, obteve 39% dos votos, enquanto o aliado liberal ACT conquistou 9%. Esses resultados dariam aos dois partidos assentos suficientes para formar um governo.

Durante a campanha, o Partido Nacional prometeu alívio para os neozelandeses de renda média em dificuldades, incluindo o controle da inflação, que está em 6% desde junho, e a redução da dívida pública do país. Christopher Luxon, líder do partido, declarou que fará do país um lugar ainda melhor.

No entanto, a formação de um governo de centro-direita ainda não está garantida. A maioria formada pelos dois partidos é pequena, e a coligação pode precisar do apoio do populista Nova Zelândia Primeiro para governar. O Parlamento do país tem 120 assentos, mas esse número pode aumentar após as eleições devido a um mecanismo proporcional de votos do sistema eleitoral.

Além disso, a contagem final dos votos, que inclui os de neozelandeses que moram fora da ilha e dos que não puderam comparecer às zonas eleitorais, só será concluída em 3 de novembro. Historicamente, esses votos podem causar pequenas alterações nos resultados, favorecendo a esquerda.

Mesmo assim, espera-se que as negociações de coalizão entre o Partido Nacional e o ACT comecem nos próximos dias. Por outro lado, o Partido Trabalhista sofreu perdas significativas, com membros importantes não conseguindo se reeleger. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Nanaia Mahuta, por exemplo, perdeu seu assento no Parlamento.

Desde que Ardern liderava o Partido Trabalhista, em 2020, a sigla obteve maioria absoluta, algo inédito desde a mudança do sistema eleitoral neozelandês em 1996. No entanto, desde então, os trabalhistas perderam apoio devido ao longo confinamento imposto no país devido à Covid-19 e ao aumento do custo de vida.

A popularidade de Jacinda era baixa quando ela renunciou, com apenas 29% da população escolhendo-a para ocupar o cargo novamente, de acordo com uma pesquisa divulgada em dezembro de 2022. Isso representa uma queda significativa em relação aos 55% de aprovação antes das eleições de 2020, quando ela foi reeleita.

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