No vídeo, o papa disse aos jovens que eles eram herdeiros de uma “grande Rússia”, mencionando santos, reis e figuras históricas como Pedro, o Grande, e Catarina II. Ele também destacou a cultura e a humanidade do povo russo. No entanto, suas palavras foram imediatamente criticadas pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko. Este último classificou as declarações do papa como “muito infelizes” e acusou-o de espalhar a “propaganda imperialista” de Moscou.
Essa polêmica tem uma explicação histórica e política. A Ucrânia e a Rússia têm uma relação conturbada há décadas, e essa declaração do papa acirrou ainda mais os ânimos entre os dois países. A Ucrânia vê a Rússia como uma ameaça à sua independência e soberania, especialmente após a anexação da Crimeia em 2014. Portanto, qualquer menção à “grande Rússia” é vista como uma afronta à identidade nacional ucraniana.
No entanto, é importante destacar que o papa Francisco é conhecido por seu apelo à paz e à busca pelo diálogo entre nações. Suas palavras podem ter sido mal interpretadas ou mal explicadas, levando a uma reação exagerada por parte da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aliás, afirmou que considera o papa um amigo do seu país e que entende suas intenções por trás das declarações.
Após a polêmica causada por suas palavras, o papa Francisco fez questão de esclarecer seu posicionamento, enfatizando que sua intenção era elogiar a cultura e a história russa, não fazer qualquer apoio ao imperialismo russo. No entanto, a tensão entre a Ucrânia e a Rússia persiste, e episódios como esse apenas reforçam as divisões entre os dois países.
É importante que líderes religiosos como o papa Francisco sejam cautelosos com suas palavras, especialmente quando se trata de uma região tão sensível como a Ucrânia. O diálogo e o respeito mútuo são fundamentais para a construção de uma paz duradoura na região.
