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Pantanal em chamas: número de focos de incêndio cresce 900% nos primeiros cinco meses do ano, alerta Inpe e Ministério do Meio Ambiente.

O Pantanal enfrenta um grave cenário de aumento nos focos de incêndio, com um crescimento de quase 900% nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, já foram registrados 899 incêndios, contra 90 no ano passado, considerando os territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Especialistas estão preocupados com a possibilidade de repetição do desastre de 2020, quando aproximadamente 26% do bioma foi devastado por queimadas de grandes proporções, o que equivale a uma área de 4 milhões de hectares. A situação atual é ainda mais crítica, uma vez que o volume de chuvas tem sido baixo e as previsões indicam temperaturas acima da média, aumentando o risco de novos incêndios.

A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou estar trabalhando com a hipótese de utilizar “recursos extraordinários” para contratar brigadistas, mas não apresentou um plano detalhado para conter a propagação das chamas. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu um prazo de 90 dias para a União apresentar um plano de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal e na Amazônia.

Diante do alarmante aumento de incêndios, o governo federal assinou um pacto com os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas e Pará, visando ações colaborativas de prevenção e combate aos incêndios nos dois biomas. Tanto os governos estaduais quanto o federal têm intensificado as medidas, como o planejamento e a contratação de equipes extras e a locação de aviões para auxiliar nas operações de combate.

Em meio a esse cenário desafiador, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou escassez hídrica na bacia do Rio Paraguai, principal curso d’água do Pantanal. A previsão para os próximos meses indica um aumento do risco de incêndios, devido às condições climáticas desfavoráveis provocadas pela combinação das mudanças climáticas e do fenômeno El Niño.

É fundamental que medidas efetivas sejam adotadas com urgência para evitar a repetição dos desastres passados e garantir a preservação do Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do Brasil. A atuação conjunta dos governos, em parceria com a sociedade civil e entidades especializadas, é essencial para minimizar os impactos dos incêndios e proteger esse importante patrimônio ambiental.

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