Países suspendem financiamento à UNRWA após demissão de funcionários suspeitos de envolvimento em ofensiva contra Israel.

A suspensão do financiamento à UNRWA (Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos) por diversos países após a demissão de funcionários suspeitos de envolvimento em ofensiva lançada pelo Hamas contra Israel gerou repercussão internacional. O Reino Unido, a Itália, a Finlândia e a Austrália foram alguns dos países que anunciaram a interrupção temporária da transferência de recursos para a agência da ONU.

O Reino Unido afirmou estar “consternado com as alegações” e decidiu suspender o financiamento, seguido pela Itália, que não citou as suspeitas ao anunciar a suspensão do auxílio financeiro. Já a Finlândia foi clara ao afirmar que a suspensão foi motivada pelas acusações e enfatizou a importância de garantir que nenhum euro do país vá para o Hamas ou outros terroristas. A Austrália também tomou a mesma medida.

A decisão dos países de suspender o financiamento à UNRWA gerou preocupações políticas e humanitárias. O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, Hussein al-Sheikh, pediu aos países para reverterem imediatamente a decisão de interromper o apoio à agência.

A suspensão do financiamento também contou com a participação do Canadá e dos Estados Unidos, que já haviam pausado temporariamente o financiamento para revisar as alegações. Com essa decisão, Washington deixa novamente de enviar fundos para a agência, relembrando a situação que ocorreu durante o mandato de Donald Trump, que rompeu a ligação com a agência.

As alegações sobre a suposta conexão entre os funcionários da agência e o grupo terrorista foram fornecidas à UNRWA por autoridades israelenses, e uma investigação sobre o caso foi aberta. O Comissário-Geral da agência, Philippe Lazzarini, afirmou que qualquer funcionário envolvido em atos de terrorismo será responsabilizado, inclusive por meio de processo criminal.

Essa situação levou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a pedir uma investigação para garantir que qualquer funcionário da UNRWA que tenha participado ou sido cúmplice dos ataques de 7 de outubro seja demitido imediatamente e encaminhado para possível processo criminal.

A UNRWA, estabelecida em 1949, oferece ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano. No entanto, autoridades israelenses acusam a agência de fomentar sentimentos anti-Israel, o que a organização nega. A suspensão do financiamento por parte de diversos países levanta questões sobre o futuro e a continuidade das operações da UNRWA.