De acordo com a entidade, em 2022 os países desenvolvidos contribuíram e mobilizaram um total de US$ 115,9 bilhões para financiar o combate à mudança climática nos países em desenvolvimento. Essa promessa remonta a 2009 e será renegociada na COP29, conferência do clima da ONU que acontecerá em novembro em Baku, capital do Azerbaijão.
A promessa inicial dos países desenvolvidos, estabelecida em 2009, era de fornecer até US$ 100 bilhões por ano em ajuda climática entre 2020 e 2025. Esses recursos são destinados principalmente para financiar a descarbonização do setor de energia e dos transportes, garantir o abastecimento de água em países pobres e apoiar trabalhos de reflorestamento e saneamento.
A ajuda financeira visa ajudar os países menos desenvolvidos a se adaptarem às consequências de fenômenos climáticos extremos, em um mundo que já se encontra 1,2°C mais quente do que na era pré-industrial. O presidente da COP29 destacou a importância de cumprir as promessas do passado e estabelecer um novo objetivo para depois de 2025.
O atraso no cumprimento desse compromisso gerou tensão e bloqueou as negociações internacionais sobre as mudanças climáticas. Muitos países em desenvolvimento condicionaram o abandono progressivo dos combustíveis fósseis aos esforços financeiros dos países ricos, alegando que estes têm uma “dívida moral” com os mais desfavorecidos.
A COP29 tem como objetivo estabelecer o novo montante da ajuda a partir de 2025. Estima-se que sejam necessários US$ 2,4 trilhões anualmente até 2030 para que os países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas. A Índia propõe uma nova meta de US$ 1 trilhão, mas os países desenvolvidos consideram esse valor provocativo devido ao crescente papel de outras potências nas emissões globais.
A OCDE ressaltou um aumento significativo de 30% na ajuda climática, de US$ 89,6 bilhões em 2021 para US$ 115,9 bilhões em 2022. Resta uma lacuna de financiamento de US$ 11,2 bilhões para remediar o fato de a meta não ter sido cumprida em 2020 e 2021. A contribuição dos Estados Unidos também aumentou quatro vezes em relação ao ano anterior, passando de US$ 1,5 bilhão para US$ 5,8 bilhões.
O ativista Harjeet Singh alertou que muitos desses fundos são empréstimos e não subvenções, um aspecto que deve ser observado com cuidado. Ele ressaltou a importância de uma atuação urgente por parte dos países ricos para fornecer apoio financeiro real e substancial. Quase US$ 70 bilhões desse financiamento foram destinados à redução de emissões e US$ 32 bilhões à adaptação às consequências da mudança climática, demonstrando a necessidade de um apoio concreto e efetivo para enfrentar os desafios atuais.