Ao se deparar com a proibição da procissão, Padre Léster expressou sua frustração, atribuindo a decisão exclusivamente a ele e suas homilias, que, segundo as autoridades, podem ofender ou incomodar certas pessoas. Ele enfatizou que as procissões não são uma vontade pessoal, mas sim um pedido do povo.
Com quase 132 anos de história, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus se tornou um local de reflexão e resistência em meio às adversidades enfrentadas pelo povo cubano. Padre Léster destaca a importância de trazer à tona a realidade do país, onde a população sofre com a falta de alimentos, medicamentos e um futuro incerto.
Desde a Revolução Cubana, a relação entre o Estado e a Igreja Católica evoluiu de perseguições iniciais para uma abertura gradual, moldada pelas visitas de líderes religiosos como os papas João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco. No entanto, a atual crise em Cuba gerou tensões entre o padre e as autoridades, levando-o a ser pressionado a permanecer em silêncio ou até mesmo deixar o país.
Apesar das pressões e possíveis retaliações, Padre Léster continua sua missão de ouvir e responder ao clamor do povo, lutando contra a injustiça e a opressão. Sua coragem em enfrentar a crise em Cuba e denunciar os problemas enfrentados pela população o tornou alvo de admiração e preocupação dentro e fora da igreja.
Diante de um cenário de incertezas e repressão crescente, o Padre Léster Zayas mantém sua postura firme em defesa da verdade e em apoio aos mais necessitados, mesmo que isso signifique desafiar as autoridades e ultrapassar as “linhas vermelhas” estabelecidas pelo regime cubano. Sua atitude de resistência e solidariedade o tornou não apenas um líder espiritual, mas também um símbolo de esperança em tempos difíceis para o povo cubano.