A indicação de Pacheco fortalece a candidatura de Vilela, que já era considerado um dos favoritos para a vaga. O presidente do Senado estava acompanhado de dois senadores importantes para as articulações políticas relacionadas à escolha dos ministros do STJ: Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
Além de Vilela, outros três candidatos estão na disputa pelo cargo, sendo que todos têm apoios influentes. Alcolumbre e Wagner defendem a indicação do cearense Teodoro Santos, que conta com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Santos é apontado nos bastidores como o outro favorito na disputa, além de ser o único nordestino e negro entre os concorrentes, o que aumentaria a diversidade no tribunal.
No entanto, o nome de Santos é associado pelos opositores ao ex-ministro Cesar Asfor Rocha, que teve posição de destaque no STJ durante o período em que Lula enfrentou derrotas no tribunal. Para esses opositores, a indicação de Santos representaria o fortalecimento do grupo que impôs reveses ao presidente na Justiça.
Lula tem diante de si uma lista com quatro nomes eleitos pelo STJ, dos quais ele deverá escolher dois. Os outros concorrentes são Carlos Von Adamek, apoiado pelo ministro do STF Dias Toffoli, e Elton Leme, que conta com o apoio de importantes setores do Judiciário do Rio de Janeiro.
Adamek é conhecido por seu trabalho em tribunais de Brasília e tem apoio de movimentos ligados ao governo, como o grupo Prerrogativas. Já Leme tem apoio de setores do Judiciário carioca e buscou se aproximar de movimentos de esquerda para conquistar a simpatia do atual governo.
Vilela, por sua vez, pode ser uma forma de Lula agradar Pacheco. O principal candidato do presidente do Senado para o STJ era Luís Cláudio Chaves, ex-assessor de Pacheco, que disputou a vaga destinada a integrantes da advocacia. No entanto, Chaves não foi selecionado pelos ministros do STJ e Vilela se tornou a opção de Pacheco entre os desembargadores estaduais.
Na terça-feira (29), Lula indicou a advogada Daniela Teixeira para uma vaga de ministra do STJ. Se confirmada pelo Senado, ela se juntará às sete ministras que comporão o tribunal, enquanto os outros 26 membros serão homens. A escolha dos novos ministros do STJ está cercada de expectativas e disputas políticas, uma vez que o tribunal exerce um papel importante na interpretação das leis e na análise de casos relevantes para o país.
