Oposição busca usar conflito entre Israel e Hamas para desgastar governo Lula no Congresso Nacional

O governo Lula (PT) está se preparando para enfrentar uma série de ações da oposição no Congresso Nacional, que busca usar a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas para desgastar a gestão atual. Os adversários do presidente estão preparando requerimentos de convocação de ministros para que eles prestem explicações sobre o que consideram uma complacência do governo com o Hamas.

No entanto, o Palácio do Planalto está articulando uma estratégia para combater essa ofensiva. Um dos objetivos é transformar esses requerimentos de convocação em convites, uma forma considerada menos agressiva e que permite uma maior negociação sobre a presença das autoridades.

Os articuladores políticos do governo minimizam a ofensiva da oposição, afirmando que o governo tem acertado em suas declarações sobre o conflito, condenando os ataques terroristas, as mortes de civis e defendendo um cessar-fogo na região.

O ataque do grupo terrorista Hamas a Israel no último fim de semana causou a morte de 1.300 pessoas. Em retaliação, até o final da tarde de sábado, 2.215 palestinos foram mortos pelos ataques israelenses.

No Congresso brasileiro, foram preparados requerimentos de convocação para os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e para o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim. Um dos requerimentos de convocação de Amorim tem como justificativa uma fala dada pelo assessor em entrevista à Folha, na qual afirmou que o ataque do Hamas teve origem no tratamento discriminatório de Israel contra os palestinos.

Além dos requerimentos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também é coautor de um projeto de decreto legislativo que visa encerrar um acordo de cooperação entre o Brasil e a Organização para a Libertação da Palestina, em nome da Autoridade Nacional Palestina.

Deputados e senadores estão explorando a proximidade ideológica de alguns parlamentares do PT com a causa palestina. Alguns aliados de Lula já defenderam o Hamas no passado, o que aumenta o potencial de desgaste para o governo.

Os parlamentares também criticam a complacência do governo em relação ao Hamas, já que o Brasil segue a classificação ditada pela ONU, que não inclui o grupo como terrorista. O ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) afirmou que o Brasil não pretende mudar sua posição sobre o Hamas, citando a posição histórica do país de seguir as decisões da ONU.

Em relação ao episódio da nota em apoio ao Hamas assinada por ministros do PT, Pimenta afirmou que está sendo utilizado de forma equivocada por pessoas que tentam transformar tudo em disputa política.

O governo Lula está se preparando para enfrentar essa onda de ações da oposição e buscará articular estratégias para proteger sua imagem e minimizar os impactos políticos causados pela guerra entre Israel e o Hamas.

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