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Operação Tempus Veritatis: Polícia Federal avança contra aliados de Bolsonaro, aumentando chance de prisão do ex-presidente

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma grande operação na última quinta-feira, 8, atingindo importantes aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo militares de alto escalão, como o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-comandante do Exército, e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Essa ação indica que Bolsonaro pode ser preso sob acusação de envolvimento direto em um suposto plano golpista para se manter no poder.

Os investigadores acreditam que novas provas colhidas durante a Operação Tempus Veritatis irão robustecer a possibilidade de prisão do ex-presidente. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro já foi instruído a entregar seu passaporte e está proibido de manter contato com outros investigados. O ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, atual advogado do ex-presidente, não fez comentários sobre o teor das alegações policiais, mas afirmou que Bolsonaro acatou a determinação de entregar seu passaporte.

A ação da PF sugere que a prisão do ex-presidente está próxima, especialmente após a decisão do ministro do STF autorizando a prisão de Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessores de confiança de Bolsonaro. O ministro destaca várias passagens que apontam o ex-presidente como o artífice do plano para “virar a mesa”. A prova mais contundente contra Bolsonaro foi encontrada no celular de seu ex-ajudante de ordens, que fechou delação premiada, e sugere que Bolsonaro editou um decreto golpista para anular o resultado das eleições e prender Moraes.

Além disso, a PF encontrou em um computador apreendido a gravação de uma reunião entre Bolsonaro, seus ministros e auxiliares, em que o presidente cobra iniciativas para desacreditar as urnas. Moraes afirma que essa declaração comprova que Bolsonaro exigiu dos ministros a promoção de “desinformações e notícias fraudulentas quanto à lisura do sistema de votação, com uso da estrutura do Estado brasileiro para fins ilícitos e dissociados do interesse público”.
Todo esse cenário indica que a prisão preventiva do ex-presidente está próxima, uma vez que as investigações estão avançando e as provas contra Bolsonaro estão se acumulando. A prisão preventiva só pode ser imposta em situações excepcionais, como a necessidade de garantir a ordem pública e preservar a instrução criminal. A PF já se refere aos investigados, incluindo Bolsonaro, como uma “organização criminosa”.

Esta não é a primeira vez que a PF fecha o cerco ao ex-presidente, que já foi alvo de outras investigações, como suspeitas de fraude em certificados de vacinação da Covid-19. Com as recentes ações da PF e os novos indícios coletados, a prisão de Bolsonaro parece ser iminente, mesmo que sua defesa, como no caso da apreensão do passaporte, busque minimizar o risco de fuga e a possibilidade de prisão preventiva.
Além disso, outras operações que miram Bolsonaro incluem milícias digitais, fraude nos cartões de vacina da Covid-19, joias sauditas, atos golpistas do 8 de Janeiro, interferência na Polícia Federal e ataque às urnas eletrônicas. Com isso, o cerco ao ex-presidente se fecha cada vez mais, e o desfecho das investigações pode levar à prisão de Bolsonaro nos próximos passos do processo.

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