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Operação Concierge: PF investiga suposto laranja da fintech T10 Bank que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia.

Na última quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Concierge, que trouxe à tona um escândalo envolvendo a fintech T10 Bank. De acordo com a investigação realizada pela PF, um suposto laranja da empresa teria recebido auxílio emergencial do governo federal em 2020, período que marcou o ápice da pandemia de covid-19.

A T10 Bank foi criada em maio de 2020 por Antonio Tadeu Lerach, que teve um papel fundamental no desenvolvimento do negócio. No entanto, Lerach foi posteriormente substituído no quadro societário por José Rodrigues Costa, Patrick Filipi Cozzi, Fábio de Biasi e Denis Arruda Ribeiro. Segundo os investigadores, essa troca levanta suspeitas sobre o real envolvimento de Lerach com a empresa, indicando que ele poderia ser apenas um “laranja” utilizado para ocultar patrimônio e lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A PF também identificou comunicações atípicas dos envolvidos no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), totalizando 138 ocorrências. Diante desses dados, foram solicitados Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) para embasar as investigações. Além disso, a investigação aponta que Lerach seria uma figura-chave na organização criminosa, atuando como “testa de ferro” e interposta pessoa em diversas empresas.

A Operação Concierge tem como alvos empresas que facilitam a criação de contas invisíveis para lavagem de dinheiro, evitando o rastreamento das autoridades públicas. O PCC é apontado como um dos clientes do grupo, que contava também com a participação da I9Pay. As empresas eram hospedadas em instituições financeiras de grande porte, como os Bancos Bonsucesso e Rendimento, autorizados pelo Banco Central.

Diante das acusações, a T10 Bank não respondeu aos questionamentos, enquanto a I9Pay negou as acusações. Os bancos envolvidos afirmam estar colaborando com as investigações, fornecendo todas as informações solicitadas pelas autoridades competentes. A Inove Global Group, empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento, se posicionou negando qualquer relação com os fatos mencionados e se mostrou disposta a colaborar com as investigações.

Em suma, a Operação Concierge levanta questões importantes sobre a transparência e legalidade das operações envolvendo fintechs e empresas de tecnologia ligadas a meios de pagamento, mostrando a importância de ações rigorosas para combater atividades ilícitas nesse setor.

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