O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, afirmou que as evidências reunidas foram suficientes para confirmar a possível ligação desses nove indivíduos com os ataques. Essa conclusão veio após meses de acusações por parte do governo israelense, que alegava que funcionários da UNRWA estavam vinculados ao Hamas. Essa denúncia resultou na suspeição da comunidade internacional em relação à agência, levando importantes doadores como os EUA e países europeus a suspenderem suas contribuições.
O relatório do Gabinete de Serviços de Supervisão Interna da ONU finalizou a investigação sobre o caso, revelando que todos os funcionários suspeitos são homens, mas não fornecendo detalhes sobre suas ações específicas. Haq expressou profunda desaprovação em relação a qualquer envolvimento nos ataques, destacando que isso representa uma traição ao propósito humanitário da agência em favor do povo palestino.
A UNRWA emprega cerca de 32 mil pessoas, sendo 13 mil delas localizadas em Gaza. Algumas dessas pessoas, liberadas de prisões em Israel e deportadas para o território palestino, afirmaram ter sido pressionadas pelas autoridades israelenses a fornecer informações falsas sobre vínculos com o Hamas e os ataques de 7 de Outubro.
A solicitação de uma investigação por parte do secretário-geral da ONU, António Guterres, em janeiro, juntamente com uma investigação independente liderada por Catherine Colonna, sustentou a posição de que Israel não havia apresentado provas concretas de ligação dos funcionários da UNRWA com atividades terroristas.
Os ataques ocorridos em outubro resultaram em milhares de mortes e feridos, acirrando ainda mais o conflito entre o Hamas e Israel. A revelação do possível envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques adiciona outra camada de complexidade a essa contenda histórica que afeta a região do Oriente Médio.