Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, entre janeiro e agosto de 2023, a cidade de São Paulo registrou um total de 5.240 roubos e furtos a residências, o que representa uma média de 21,65 casos por dia, ou aproximadamente um caso a cada 1 hora e 7 minutos. Esses números são preocupantes e evidenciam a gravidade da situação vivenciada pelos moradores da maior cidade do país. Além disso, quase metade da população paulistana foi vítima de algum tipo de crime entre março de 2022 e fevereiro de 2023.
Os crimes que têm ocorrido durante o dia, muitos deles registrados por câmeras de segurança e amplamente divulgados nas redes sociais, evidenciam a ousadia dos criminosos e reforçam a urgência de medidas concretas para enfrentar essa situação nas cidades. No entanto, a atuação dos municípios no combate a esse problema é frequentemente limitada por legislações que restringem sua capacidade de intervenção direta. Isso coloca a maior parte dos planos de ação nas mãos dos governos estaduais, responsáveis pela segurança pública de acordo com a Constituição Federal.
Essa dinâmica de atribuições acaba por sobrecarregar os estados com a responsabilidade quase exclusiva de lidar com questões de segurança, enquanto as administrações municipais se veem limitadas a ações de prevenção e apoio. A falta de poder e recursos nessas esferas governamentais resulta em uma abordagem genérica e muitas vezes ineficaz no combate ao crime, desconsiderando as diferentes realidades e necessidades de cada localidade.
Diante desse contexto, torna-se urgente a necessidade de repensar a estrutura de segurança pública no Brasil. Viver em constante medo e a incerteza de sair de casa e correr o risco de ser vítima de violência ou ter seus bens subtraídos não pode ser normalizado em nossa sociedade. É essencial que as autoridades em todos os níveis de governo estejam comprometidas em promover a segurança e o bem-estar da população, buscando soluções efetivas para enfrentar o problema da criminalidade.