Observador palestino na ONU pede que comunidade internacional não cancele ofensiva militar israelense em resposta ao Hamas na Faixa de Gaza.

O observador permanente do Estado da Palestina nas Nações Unidas, Riyad Mansour, fez um apelo no último domingo (8) para que a comunidade internacional não ignore a ofensiva militar de Israel em resposta aos ataques do grupo extremista islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Mansour defendeu que a paz e a segurança só serão alcançadas na região se o direito à autodeterminação for respeitado, condenando a ocupação por Israel de territórios palestinos.

“Nosso povo enfrenta um ano mortal após o outro. Nós alertamos o Conselho de Segurança [das Nações Unidas] mês após mês para as consequências da impunidade de Israel”, disse o diplomata pouco antes de uma reunião de emergência do órgão.

Israel esperava que o Conselho de Segurança condenasse os ataques do Hamas como crimes de guerra e manifestasse apoio ao direito de defesa do país, que declarou guerra neste sábado. No entanto, a reunião terminou sem emitir nenhuma declaração, já que seria necessária unanimidade entre todos os membros.

O representante chinês afirmou ser contra um escalonamento do conflito e condenou ataques “a todos os civis”, sugerindo ser contra tanto os perpetrados por israelenses quanto por palestinos.

O Brasil, que preside o Conselho de Segurança neste mês, defende que a negociação é o único caminho para que a solução de dois estados seja concretizada, respeitando as fronteiras internacionalmente reconhecidas.

“É hora de dizer a Israel que ele precisa mudar de trajetória. Há um caminho para a paz, em que nenhum palestino e israelense são mortos, e ele é diametralmente oposto ao que Israel embarcou”, afirmou Mansour. Ele também criticou o bloqueio feito pelo país a Gaza, afirmando que os ataques do Hamas mostram que a imposição é ineficaz em garantir segurança e apenas inflige sofrimento à população.

O representante palestino também condenou o que ele descreve como um abandono dos palestinos pela comunidade internacional e questionou: “Onde está a proteção internacional à qual o povo palestino tem direito quando um poder ocupador viola a lei e fere aqueles que ela é obrigada a proteger?”.

Apesar das expectativas de Israel de apoio, o Conselho de Segurança encerrou a reunião sem nenhuma declaração. Os Estados Unidos, principal aliado israelense no órgão, afirmaram apoiar o direito de defesa e já estão oferecendo recursos militares.

É importante destacar que, segundo Mansour, um endosso do Conselho de Segurança ao direito de defesa de Israel seria interpretado pelo país como uma “licença para matar” palestinos. Ele enfatizou que é necessário um caminho para a paz, onde nenhum palestino e israelense sejam mortos, e que isso requer uma mudança de trajetória por parte de Israel.

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