Repórter São Paulo – SP – Brasil

OAB entra com ação no STF para restabelecer “saidinhas” de presos e questiona retrocesso em direitos fundamentais.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a declaração de inconstitucionalidade da lei que acabou com as saídas temporárias de presos, conhecidas como “saidinhas”, e pedindo a reativação desse benefício. Essa medida coloca o STF no centro de uma polêmica que envolve o Congresso e o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que o presidente vetou as mudanças na legislação, mas os vetos foram posteriormente derrubados pela maioria parlamentar.

A OAB argumenta que é responsabilidade do poder público promover a ressocialização dos detentos, e que as saídas temporárias são essenciais para reintegrar gradualmente os presos à sociedade. Além disso, a entidade ressalta a proibição de retrocesso em direitos fundamentais pela Constituição, afirmando que, no caso das “saidinhas”, a restrição imposta pela nova lei é mais severa do que em períodos anteriores, inclusive durante a ditadura militar.

Uma proposta alternativa apresentada pelo Conselho Federal da OAB é a utilização de tornozeleiras eletrônicas como uma forma de conciliar o direito dos presos com a segurança pública. Antes da reforma na legislação, os presos com bom comportamento podiam sair da prisão para visitar familiares, estudar e participar de atividades de reintegração social. Com a nova lei, as saídas temporárias ficaram restritas a cursos profissionalizantes ou de nível médio e superior.

O ministro André Mendonça também se pronunciou sobre a reforma em outro processo, defendendo que as mudanças não retroagiriam para presos já detidos. Essa discussão entre defensores das saídas temporárias e os que optam por políticas mais restritivas promete dividir opiniões e gerar debates sobre a questão da ressocialização de detentos no sistema prisional brasileiro.

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