O Reinado: Planeta dos Macacos critica fanatismo político em novo capítulo repleto de paralelos sociais e visuais impressionantes

A saga de filmes “Planeta dos Macacos” sempre se destacou por não se acovardar em suas discussões sociais e políticas, permeando diferentes décadas e contextos históricos ao longo de nove títulos. Com o lançamento de “O Reinado”, décimo capítulo da franquia, que estreou recentemente nos cinemas, a narrativa focaliza seu olhar crítico no fanatismo político, incorporando traços messiânicos em sua trama.

Transcorridos centenas de anos desde a trilogia mais recente, que explorou as origens do universo estabelecido em “O Planeta dos Macacos” de 1968, o protagonista César, um chimpanzé marcante nos filmes anteriores, se torna uma figura divina entre os macacos, reverenciado por seu sacrifício em prol da sobrevivência da sociedade primata durante uma guerra contra os humanos. Sua imagem se polariza entre o bem e o mal, com alguns animais defendendo valores de justiça e discernimento, enquanto outros distorcem o lema “macacos unidos, fortes” para incitar a violência e a ditadura.

No cenário atual, o planeta encontra-se sob domínio dos macacos, que vagam pelas ruínas de estruturas tomadas pela natureza, substituindo a madeira pelo concreto em um contexto ancestral. A gripe transmitida pelos símios quase dizimou a população humana, restando poucos sobreviventes silenciosos e selvagens.

No centro da trama surge Noa, um jovem macaco curioso e justo, assemelhado a César em moral e aparência. Após testemunhar a perda de sua família em um ataque, ele parte em uma jornada de vingança e se une a Mae, uma das poucas humanas remanescentes capazes de falar. Esta é perseguida por um grupo de primatas liderados pelo ditador Proximus César, que, de forma distorcida, utiliza os ensinamentos de César para impor sua tirania.

A ascensão do governo tirânico baseado na fé e na cegueira do povo em “O Reinado” reflete uma realidade social e política contemporânea, incitando reflexões sobre líderes políticos atuais. O diretor Wes Ball, responsável pela direção do filme, expressa seu desejo em explorar paralelos entre a humanidade e os macacos digitais, revelando atração pela ideia de um mundo destruído e decadente.

A complexidade dos efeitos visuais presentes em “O Reinado” supera as expectativas, incorporando macacos digitais sobre atores reais de forma surpreendente. O longa, que mescla tecnologia e atuação, representa um desafio para os intérpretes, que, vestidos em trajes de lycra com sensores faciais, são posteriormente transformados em primatas digitais na pós-produção.

No entanto, a questão da premiação de atores que atuam por trás de figuras digitais ainda gera debates no setor cinematográfico, com defensores da inclusão destas performances no circuito de premiações. O prestígio do ator Andy Serkis, mestre em atuação digital, e as inovações tecnológicas presentes em “O Reinado” são aspectos que desafiam os padrões tradicionais do cinema contemporâneo.

Com planos para dirigir futuros filmes da franquia “Planeta dos Macacos”, Wes Ball almeja dar continuidade à saga e explorar novos horizontes narrativos. A ousadia e a crítica social presente em “O Reinado” prometem manter viva a longevidade e relevância da franquia, sinalizando uma continuidade cativante para os fãs da saga.

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