O papel do centrão na salvaguarda da democracia brasileira: análise dos cientistas políticos Marcus Melo e Carlos Pereira

A democracia brasileira continua de pé, e a explicação para sua resiliência está no sistema político do país, de acordo com os cientistas políticos Marcus André Melo e Carlos Pereira em sua nova obra. O livro, intitulado “Por que a democracia brasileira não morreu?”, destaca o papel crucial do centrão na contenção dos ímpetos autoritários do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo os autores, o sistema político brasileiro, com seus diversos freios e contrapesos, contribui para a manutenção da democracia. A Presidência, com poderes fortes, é contrastada por uma Câmara eleita por voto proporcional, o que gera um Legislativo fragmentado e favorece a busca por consensos. Esses elementos, juntamente com um Judiciário robusto, criam um ambiente propício para a negociação e impedem que um líder autoritário assuma o controle total.

Apesar do sistema político promover um governo mais lento e fragmentado, ele também impede que presidentes imponham suas agendas unilateralmente e os obriga a negociar com diferentes setores. Essa necessidade de consenso levou Bolsonaro a se aliar ao centrão para garantir sua governabilidade e evitar um possível impeachment.

No entanto, os autores foram criticados por afirmarem com veemência que a democracia brasileira não correu riscos. Alguns argumentam que o acaso poderia ter desempenhado um papel crucial, e se Bolsonaro tivesse obtido o apoio de mais generais, a história poderia ter tomado outro rumo.

Em resumo, a democracia brasileira permanece de pé devido à sua estrutura institucional complexa, que impede a concentração excessiva de poder e incentiva a negociação e o consenso. O centrão, apesar de sua natureza controversa, desempenha um papel fundamental na preservação do sistema democrático no Brasil.

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