Durante a sessão de perguntas e respostas, um jesuíta português mencionou sua tristeza ao perceber, durante um período sabático nos Estados Unidos, a postura reacionária de muitos católicos em relação ao Papa. “Vocês viram que nos Estados Unidos a situação não é fácil: há uma atitude reacionária muito forte. Ela é organizada e molda a maneira como as pessoas pertencem, até mesmo emocionalmente”, respondeu o Papa.
Os conservadores religiosos nos Estados Unidos frequentemente se alinham com os meios de comunicação politicamente conservadores para criticar o Papa em relação a várias questões, como mudança climática, imigração, justiça social, controle de armas e pena de morte. Francisco reconheceu o clima de fechamento que existe em algumas situações nos Estados Unidos, afirmando que “a pessoa pode perder a verdadeira tradição e se voltar para as ideologias em busca de apoio. Em outras palavras, a ideologia substitui a fé, a participação em um setor da Igreja substitui a participação na Igreja”.
Esses comentários revelam a preocupação do Papa com a polarização e a divisão dentro da Igreja Católica nos Estados Unidos. O próprio Francisco tem sido alvo de críticas por parte de conservadores religiosos, que acreditam que suas posições em relação a certas questões são contrárias à doutrina tradicional da Igreja.
No entanto, o Papa tem buscado enfatizar a importância da unidade e do diálogo dentro da Igreja, reconhecendo a diversidade de opiniões e a necessidade de uma abordagem inclusiva. Ele reiterou seu compromisso com a luta contra a exclusão, a injustiça social e o sofrimento humano, rejeitando qualquer forma de ideologia que coloque a política acima do serviço ao próximo.
Esses comentários são um lembrete de que, apesar das diferenças de opinião dentro da Igreja, é necessário que os católicos se unam em torno dos valores fundamentais do Evangelho, priorizando a fé e a caridade em detrimento de qualquer ideologia política.