No entanto, isso não significa que devemos ignorar os impactos que a IA pode causar. É uma mudança tecnológica com um potencial enorme e que certamente afetará o emprego. Já vimos isso acontecer antes com a chamada “destruição criadora”. A diferença é que dessa vez os empregos perdidos serão em uma escala muito maior e também afetarão as funções criativas ocupadas pelas elites intelectuais, que até então haviam sido poupadas por outras mudanças tecnológicas.
Tanto Marx quanto Keynes previram um mundo em que as máquinas produziriam tudo de que necessitamos, desde comida até bens industrializados, e que resolveriam o problema econômico da humanidade. Em teoria, isso poderia acontecer, mas a transição para esse cenário seria complicada, tanto em termos econômicos e sociais quanto psicológicos.
Nosso trabalho é uma parte essencial de nossa identidade. Perguntamos “o que você faz?” quando conhecemos alguém, pois isso nos ajuda a definir a pessoa. Se retirarmos isso de repente, podemos gerar um vazio existencial nas pessoas. Porém, acredito que seria possível encontrar transcendência em outras atividades, como a arte, por exemplo. No entanto, isso exigiria uma revolução na forma como enxergamos nossa identidade e propósito.
Por fim, é importante considerar que o impacto da IA não será uniforme e afetará diferentes grupos de forma distinta. Devemos estar preparados para as mudanças que estão por vir e buscar soluções que beneficiem a todos. A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a vida das pessoas, mas também é necessário cuidado para evitar consequências negativas.
