Lula fechou o setor de demolição do Planalto e recriou antigos programas, o que o favoreceu na produção de um novo tempo mais descomprimido. No entanto, a persistência do drama dos yanomamis mostrou que esse novo tempo, embora menos radioativo, não é necessariamente mais eficiente.
Em janeiro de 2023, ao ser alertado sobre a proliferação da fome, morte e criminalidade na reserva Yanomami, Lula tomou a decisão de visitar a região. Ao desembarcar em Roraima com uma comitiva de ministros, ele definiu o cenário como “desumano” e prometeu comida e saúde aos indígenas. Além disso, Lula também anunciou a atuação da Polícia Federal para combater o garimpo ilegal na região, afirmando que “vamos levar muito a sério essa história de acabar com o garimpo ilegal.”
No entanto, passado um ano, o governo ainda não conseguiu eliminar a mortandade dos indígenas yanomamis, nem banir os criminosos da região. Em uma reunião ministerial de emergência, Lula declarou que “vamos tratar os yanomamis como questão de Estado”. No entanto, seria menos constrangedor se ele tivesse retornado a Roraima para explicar o que deu errado.
A persistência dos problemas nas reservas indígenas coloca em dúvida a eficiência das ações do governo, jogando luz sobre a dificuldade em lidar com questões cruciais para o país. Essa situação mostra que a retórica política pode não ser suficiente para resolver problemas complexos, como os enfrentados pelas comunidades indígenas. A atuação de Lula nesse cenário pode impactar sua imagem pública no futuro, levantando dúvidas sobre sua capacidade de liderança e resolução de problemas urgentes.