Repórter São Paulo – SP – Brasil

“O Clube das Mulheres de Negócios”: Filme de Anna Maylert expõe abuso e corrupção em sociedade dominada por mulheres poderosas.

Anna Muylaert, renomada cineasta brasileira, surpreende mais uma vez com sua mais recente obra, intitulada “O Clube das Mulheres de Negócios”. O filme, exibido na mostra de longas do Festival de Cinema de Gramado, traz à tona questões profundas sobre abuso de poder e inversão de papéis de gênero.

Na trama, somos apresentados ao jovem Candinho, um jornalista recém-formado interpretado por Rafael Vitti, que se depara com a dinâmica corrupta de um clube composto por nove mulheres poderosas e assediadoras. Desde a advogada do maior escritório de direito do país até a candidata à Presidência da República, essas mulheres se reúnem em uma fazenda para negociar um negócio duvidoso, enquanto Candinho e o fotógrafo Jongo, vivido por Luís Miranda, são convidados a registrar o encontro.

A mistura de comédia e horror é evidente ao longo do filme, com cenas que vão desde críticas comportamentais até momentos de perseguição e violência. As mulheres do clube subvertem os papéis sociais tradicionais, objetificando homens, controlando suas vidas e negócios, enquanto seus maridos sofrem em silêncio.

A diretora Anna Muylaert, conhecida por filmes como “Durval Discos” e “Que Horas Ela Volta?”, afirma que a inspiração para “O Clube das Mulheres de Negócios” veio do inconsciente coletivo feminino, mas se expandiu para abordar todas as formas de poder. O filme levanta debates profundos sobre o patriarcado e o abuso de poder, tocando em temas sensíveis como violência, assédio e estupro.

Além disso, a homenagem ao ator Matheus Nachtergaele, agraciado com o troféu Oscarito durante o festival, trouxe reflexões sobre a arte da atuação e a dedicação à profissão. Em seu discurso emocionante, Nachtergaele destacou sua paixão pela atuação e a importância de se dedicar integralmente a ela.

Em meio a momentos de crítica social e reflexão, “O Clube das Mulheres de Negócios” se destaca como uma obra ousada e necessária, que desafia as normas de gênero e expõe as nuances do poder e do abuso. O filme concorre ao Kikito de melhor longa nacional e promete gerar debates e reflexões sobre as relações de poder na sociedade contemporânea.

Sair da versão mobile