Três décadas se passaram e, por acaso, reencontrei Lucas Amadeu em um bar. Ao conversarmos, ele me contou sobre sua carreira na engenharia e no mercado financeiro, explicando de forma entusiástica sobre seu trabalho. Ele se gabava de pegar as pás que caíam dos menos favorecidos e enriquecer às custas deles, revelando um caráter duvidoso e mesquinho.
Essa experiência me fez refletir sobre o caráter das pessoas e como ele se manifesta em situações cotidianas. A maldade não se revela apenas em grandes eventos, mas também em ações aparentemente simples, como pegar uma pá no tanquinho de areia. O egoísmo e a falta de empatia podem estar presentes nas atitudes mais sutis do dia a dia, acompanhando-nos por toda a vida.
A história de Lucas Amadeu contrasta com a generosidade de amigos e familiares que nos apoiaram durante os difíceis momentos finais de meu padrasto. Enquanto alguns se aproveitam das dificuldades alheias, outros estendem a mão com solidariedade incondicional, demonstrando a diferença que pequenos gestos de bondade podem fazer na vida de alguém.
Assim, quando nos deparamos com escolhas que refletem nosso caráter, cabe a nós decidir se seremos como Lucas Amadeu, pegando as pás dos mais frágeis, ou se seremos como aqueles que, mesmo diante das adversidades, escolhem a compaixão e a solidariedade. A fábula da pá perdida no tanquinho de areia nos lembra que cada ação, por menor que seja, revela quem verdadeiramente somos.