Repórter São Paulo – SP – Brasil

Número divulgado pelo líder do governo no Senado contradiz estimativas da Fazenda sobre desoneração de empresas e municípios, causando polêmica.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), revelou nesta quarta-feira (19) informações que apontam para um impacto menor do que o estimado inicialmente com a desoneração de empresas e municípios. De acordo com Wagner, o governo informou que o valor da renúncia fiscal seria de R$ 17,2 bilhões, o que vai de encontro com as estimativas da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo o líder do governo, o impacto esperado para este ano seria de cerca de R$ 9 bilhões com a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, e aproximadamente R$ 8 bilhões com a desoneração para os municípios com até 156 mil habitantes. Esses valores inferiores aos calculados pela equipe de Haddad (R$ 26,3 bilhões).

O anúncio desses números foi feito durante a divulgação da MP que restringiu o uso de créditos de PIS/Cofins para compensar a desoneração, a qual pretendia arrecadar R$ 29,2 bilhões. No entanto, a medida foi parcialmente revertida pelo Congresso após pressão das empresas afetadas pela mudança.

O líder do governo ressaltou que, alinhado com o discurso do presidente Lula, é favorável à redução de gastos tributários, mas se opõe a cortes na área social. Enquanto empresas contestam as estimativas da Fazenda, o ministro das Relações Institucionais se reuniu com autoridades em busca de acordos para financiar a desoneração.

Diante da necessidade de compensar a perda na arrecadação, o Ministério da Fazenda precisa encontrar alternativas para cumprir a meta fiscal de déficit zero, o que pode envolver cortes de gastos. A pressão por medidas de austeridade se intensificou após a rejeição da MP, sinalizando desafios para avançar com a agenda de aumento da arrecadação no Congresso.

Em resumo, as divergências nos números e a necessidade de encontrar soluções para financiar a desoneração colocam a equipe econômica em uma situação delicada, tendo que lidar com pressões políticas e econômicas para equilibrar as contas públicas. A desoneração, criada em 2011 e prorrogada várias vezes, é um tema sensível que impacta diretamente na arrecadação e nas políticas fiscais do governo.

Sair da versão mobile