Essa preocupante estatística vem após uma seca recorde que mudou a paisagem de alguns dos principais rios da região em 2023. As chuvas do ano passado chegaram tarde e foram mais fracas do que o normal, influenciadas pelo fenômeno climático El Niño, potencializado pelas mudanças climáticas, deixando a região especialmente vulnerável aos incêndios.
Os incêndios na Amazônia, um bioma naturalmente úmido, geralmente têm origem em fazendas, onde o fogo é utilizado no processo de desmatamento para a conversão de áreas em pastos para a criação de gado. Com o ar mais quente e a vegetação mais seca, as chamas se espalham rapidamente, queimando de forma mais intensa e duradoura. Além disso, os altos índices de desmatamento reduzem a capacidade da floresta de produzir chuva e umidade, agravando ainda mais a situação.
A especialista em conservação do WWF-Brasil, Helga Correa, atribui os incêndios na região a uma combinação de fatores, incluindo o intenso El Niño, as mudanças climáticas e as ações humanas. Ela ressalta que a região onde a fumaça detectada em agosto se concentra é conhecida como o Arco do Desmatamento, destacando a importância das mudanças de uso da terra produzidas pelo ser humano no aumento das queimadas.
Com mais de 63 mil focos de incêndio na Amazônia brasileira somente este ano, a situação requer atenção urgente para proteger esse ecossistema vital para o planeta e para a humanidade. A necessidade de medidas eficazes de conservação e de combate ao desmatamento e às queimadas se torna cada vez mais evidente diante dos impactos devastadores que esses eventos podem causar na maior floresta tropical do mundo.