Número de focos de incêndio na Amazônia atinge maior nível desde 2010, aponta relatório do Inpe em agosto de 2024

No mês de agosto, a Amazônia enfrentou um aumento significativo no número de focos de incêndio, atingindo o maior nível desde 2010, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os satélites detectaram um total de 38.266 focos de incêndio na região amazônica, mais que o dobro em comparação ao ano anterior e o mais alto registrado para o mês de agosto em mais de uma década.

Essa preocupante estatística vem após uma seca recorde que mudou a paisagem de alguns dos principais rios da região em 2023. As chuvas do ano passado chegaram tarde e foram mais fracas do que o normal, influenciadas pelo fenômeno climático El Niño, potencializado pelas mudanças climáticas, deixando a região especialmente vulnerável aos incêndios.

Os incêndios na Amazônia, um bioma naturalmente úmido, geralmente têm origem em fazendas, onde o fogo é utilizado no processo de desmatamento para a conversão de áreas em pastos para a criação de gado. Com o ar mais quente e a vegetação mais seca, as chamas se espalham rapidamente, queimando de forma mais intensa e duradoura. Além disso, os altos índices de desmatamento reduzem a capacidade da floresta de produzir chuva e umidade, agravando ainda mais a situação.

A especialista em conservação do WWF-Brasil, Helga Correa, atribui os incêndios na região a uma combinação de fatores, incluindo o intenso El Niño, as mudanças climáticas e as ações humanas. Ela ressalta que a região onde a fumaça detectada em agosto se concentra é conhecida como o Arco do Desmatamento, destacando a importância das mudanças de uso da terra produzidas pelo ser humano no aumento das queimadas.

Com mais de 63 mil focos de incêndio na Amazônia brasileira somente este ano, a situação requer atenção urgente para proteger esse ecossistema vital para o planeta e para a humanidade. A necessidade de medidas eficazes de conservação e de combate ao desmatamento e às queimadas se torna cada vez mais evidente diante dos impactos devastadores que esses eventos podem causar na maior floresta tropical do mundo.

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