O instrumento atua como um cateter miniaturizado, permitindo a visualização dos vasos cerebrais com alta resolução, algo que não era possível com as técnicas tradicionais de ressonância magnética e tomografia. O neurocirurgião Vitor Pereira, pesquisador do Hospital St. Michael, liderou o estudo que resultou na aplicação bem-sucedida do dispositivo.
Denominado OCT (tomografia de coerência óptica), o aparelho já era utilizado em procedimentos médicos para obter imagens de alta resolução do nervo óptico e de artérias cardíacas. No entanto, sua aplicação inovadora no tratamento de doenças cerebrovasculares promete revolucionar a forma como essas condições são diagnosticadas e tratadas.
Além de auxiliar no diagnóstico de aneurismas, AVCs e outras condições cerebrovasculares, o OCT também pode ser útil para identificar doenças nas placas da carótida, inflamação das artérias intracranianas e lesões pós-trauma. A alta resolução das imagens geradas pelo dispositivo, que podem chegar a até dez microns, oferece novas perspectivas para o entendimento dessas condições e o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.
Pereira e sua equipe pretendem avançar para estudos finais com mais pacientes e, no futuro, buscar a autorização de agências reguladoras para o uso do OCT no tratamento e diagnóstico de AVCs e aneurismas. A publicação dos resultados do estudo deve contribuir para a disseminação dessa tecnologia inovadora entre os profissionais de saúde, abrindo novas possibilidades no campo da neurocirurgia e no tratamento de doenças vasculares cerebrais.