Nova lei contra o bullying: mais uma morte violenta evidencia a urgência de combate a essa forma agressiva de intimidação nas escolas

No mês de janeiro deste ano, entrou em vigor uma nova lei de combate ao bullying, que inclui no Código Penal brasileiro os delitos de bullying e cyberbullying. No entanto, mesmo com essa legislação em vigor, na semana passada a mídia noticiou mais uma trágica morte envolvendo uma criança que foi agredida dentro de sua própria escola.

Esse caso não é um incidente isolado. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) e do IBGE, mais de 40% dos estudantes adolescentes brasileiros são vítimas de bullying no ambiente escolar. O bullying é categorizado como uma forma de intimidação sistemática, envolvendo violência física ou psicológica, de forma repetitiva e intencional, sem motivação evidente. Já o cyberbullying é a mesma conduta realizada em ambiente virtual, como redes sociais e aplicativos, com consequências mais graves.

Um dos casos mais recentes que chocou a população foi o de Carlos Gomes, um estudante autista que foi vítima de agressões nas escolas. As agressões foram registradas pelos celulares dos colegas, que, ao invés de intervirem para salvar a vida do menino, preferiram registrar a brutalidade.

É importante destacar que o problema do bullying vai além dos casos isolados e demanda uma análise mais aprofundada do papel da sociedade, incluindo as mídias, escolas, educadores e famílias. A renomada pesquisadora Marcella Abboud ressalta que o bullying é reflexo de uma sociedade misógina, fascista e racista, onde o adolescente identifica na diferença um motivo para a agressão.

A responsabilidade da mídia nesse contexto é relevante, pois a forma como a violência sistemática é retratada pode influenciar na perpetuação desse comportamento. As redes sociais, por exemplo, podem agravar o problema ao distorcer a percepção da realidade e normalizar a violência.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental adotar medidas de combate ao bullying, desde a sensibilização das escolas e comunidades até o empoderamento das famílias para buscar ajuda. No entanto, é crucial também enfrentar as raízes mais profundas desse problema na sociedade, que reforça a ideia de que o mais forte sempre vence.

Em suma, a luta contra o bullying requer uma mudança estrutural na forma como nossa sociedade enxerga a violência e na maneira como a mídia aborda esse tema. É preciso agir de forma coletiva e engajada para promover uma cultura de respeito, inclusão e aceitação das diferenças, visando a construção de um ambiente escolar e social mais seguro e saudável para todos os indivíduos.

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