Notícias Populares ressurge em série explosiva que retrata o jornalismo do exagero, do sobrenatural e do sensacionalismo

A nova série “Notícias Populares” chega com um clima de nostalgia e sensacionalismo que promete conquistar os fãs do antigo jornal homônimo. Com estreia prevista no Canal Brasil, a produção é uma crônica bem-humorada do diário, que foi fundado em 1963 como parte do Grupo Folha, empresa responsável pela edição da Folha de S.Paulo.

O ambiente de trabalho do Notícias Populares era tudo, menos convencional. Pastilhas coloridas cobriam as paredes do escritório, ou pelo menos, quando não estavam escondidas atrás de fotografias de mulheres seminuas em poses sensuais e despudoradas, coladas uma ao lado da outra. Esse ambiente caótico e chamativo era uma tentativa de representar a identidade do jornal, conhecido por suas manchetes escandalosas e histórias criativas.

Para recriar fielmente o clima do Notícias Populares, os criadores da série, André Barcinski e Marcelo Caetano, utilizaram o prédio original do jornal no centro de São Paulo como locação. As pastilhas icônicas foram repostas nas paredes, trazendo de volta a memória da época em que Barcinski, que trabalhou no jornal nos anos 1990, fazia parte da equipe.

Os realizadores ressaltam que a intenção da série não é simplesmente reproduzir os acontecimentos do diário, mas sim trazer de volta o caos, a frenética e desordenada redação do Notícias Populares. Em contraste com os filmes americanos que glamorizam o jornalismo, a produção nacional seguirá um caminho mais realista e autêntico, retratando a cacofonia e a agitação das redações jornalísticas.

O clima sensacionalista fica evidente na trilha sonora carregada, nos cortes de câmera abruptos, nos visuais cafonas e na montagem ágil presentes na série. O objetivo é reproduzir a experiência de folhear o jornal ao assistir a produção, despertando a vertigem e as sensações extremas que o NP proporcionava.

O Notícias Populares tinha uma relação passional com seus leitores, abordando temas populares e invisibilizados, além de contar com colunas precursoras, como as especializadas em candomblé e na vida gay. Segundo os realizadores, o jornal era uma mistura de violência, crime, sexo e sobrenatural, mas também oferecia informações que eram úteis para a população.

A série se passa nos anos 1990 e apresenta Paloma, uma jornalista fictícia que chega à redação do Notícias Populares para chefiar a equipe. A personagem é interpretada pela atriz Luciana Paes, conhecida por sua veia cômica e olhar forte. A cada episódio, dois casos icônicos do jornal são recuperados, enquanto Paloma explora o “coração maravilhoso e cruel do Brasil”.

A linha entre realidade e ficção na série é tênue, mas baseada em pesquisas nos acervos da Folha, em mais de mil exemplares do NP e em conversas com ex-repórteres e fotógrafos. Além disso, a produção contou com o aval de Otavio Frias Filho, filho de Octavio Frias de Oliveira, antigo diretor de Redação da Folha e diretor editorial do Grupo Folha. Os criadores garantem que ainda há material suficiente para mais temporadas, evidenciando a riqueza e a importância do Notícias Populares na história do jornalismo brasileiro.

A última edição do Notícias Populares foi impressa em janeiro de 2001, encerrando assim uma trajetória de 38 anos repleta de histórias intensas e polêmicas. Agora, a série “Notícias Populares” promete reviver esse legado e reacender a paixão dos antigos leitores, além de conquistar uma nova geração de espectadores ávidos por tramas sensacionalistas e divertidas.

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