Soyinka, vencedor do Nobel de Literatura em 1986, foi uma figura discreta na Feira, mas não passou despercebido. Sentado entre os fundadores da Companhia das Letras, Luiz e Lilia Schwarcz, o autor nigeriano comemorou seus 90 anos em um jantar oferecido pelos anfitriões.
Na mesa de discussão, Gates e Kincaid compartilharam reflexões profundas sobre a literatura negra e a luta contra o racismo. Gates elogiou Kincaid como uma voz revolucionária e corajosa, capaz de desafiar convenções e padrões impostos pela sociedade. Por sua vez, Kincaid falou sobre sua infância em Antígua e Barbuda e como isso influenciou sua escrita.
A conversa foi permeada por análises críticas e elogios mútuos. Gates destacou a forma como Kincaid trata a negritude de forma sutil em suas obras, desafiando padrões pré-estabelecidos. Kincaid, por sua vez, defendeu a liberdade da literatura e rejeitou a ideia de atribuir um papel específico à literatura na luta antirracista.
O evento, no entanto, teve contratempos com a tradução simultânea, que comprometeu a experiência dos participantes. Mesmo assim, a mesa foi um sucesso e atraiu grande interesse do público.
Com a presença de autores renomados como Marcelo Rubens Paiva, Luiz Felipe de Alencastro, Geni Núñez e João Moreira Salles, a Feira do Livro promete continuar sendo um espaço de debate e reflexão sobre a literatura e a sociedade. Este sábado foi marcado por discussões envolventes e relevantes, que certamente deixarão um legado duradouro na cena literária atual.