Netanyahu rejeita cessar-fogo total e gera controvérsia em pronunciamento televisivo em meio ao conflito em Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou sua posição de longa data durante uma entrevista televisionada, afirmando que só concordaria com pausas temporárias nos combates para libertar alguns reféns, e não com o fim total da guerra exigido pelo Hamas para qualquer trégua. Essa declaração gerou críticas das famílias dos reféns, que acusam Netanyahu de atrasar a libertação ao prolongar o conflito, assim como do próprio Hamas, que alega que o líder israelense não cumpriu uma proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos e pela ONU.

O local escolhido por Netanyahu para fazer essas declarações também chamou a atenção. Diante de um público favorável que o aplaudia, o primeiro-ministro participou de sua primeira entrevista ao vivo na TV israelense desde o início dos ataques liderados pelo Hamas em Gaza. Netanyahu mostrou-se à vontade nesse ambiente, relembrando seu histórico de participações em programas de TV durante suas campanhas eleitorais ao longo das décadas.

Durante a entrevista, Netanyahu também alertou sobre as possíveis consequências de um governo de esquerda em Israel, afirmando que poderia levar à criação de um “Estado terrorista palestino”. Embora ainda seja cedo para cogitar uma nova eleição, a postura do primeiro-ministro indica a necessidade de fortalecer sua coalizão política. O cientista político Gideon Rahat, do Israel Democracy Institute, ressaltou a importância desse retorno à campanha eleitoral para Netanyahu.

Com isso, o cenário político em Israel segue instável e sujeito a mudanças. A posição firme de Netanyahu em relação à guerra e às negociações com o Hamas reflete a complexidade da situação na região e as dificuldades enfrentadas pelos líderes em busca de soluções para o conflito.