Negociadores do G20 entram em acordo sobre linguagem geopolítica em comunicado conjunto da cúpula, evitando humilhar a Rússia.

Na sexta-feira (8) à noite, após intensas negociações, os representantes dos 19 países presentes e da União Europeia chegaram a um acordo sobre os parágrafos geopolíticos do comunicado conjunto da cúpula. Os negociadores buscaram uma linguagem que não “humilhasse” os russos, mas ao mesmo tempo abordasse a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os países do G-7, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, juntamente com a União Europeia, insistiram em uma condenação enfática da agressão russa. Porém, a Rússia e a China se mostraram contrárias a qualquer menção explícita à invasão russa no documento.

Para lidar com esse impasse, Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia foram designados para negociar os parágrafos mais sensíveis. Com a aprovação dos diplomatas, o documento agora está sendo avaliado pelos chefes de Estado e governo presentes na cúpula.

Vale ressaltar que no ano passado a Rússia havia concordado relutantemente em incluir menções à agressão russa na declaração conjunta da cúpula do G20 na Indonésia, mas depois voltou atrás. Pequim, em apoio a Moscou, argumentou que o G20 é um fórum voltado principalmente para questões econômicas, não de paz e segurança.

O G-7 e a UE buscavam que o comunicado incluísse pedidos de retirada das tropas russas do território ucraniano, além de classificar o uso ou ameaça de uso de armas nucleares como inadmissível. No entanto, com a linguagem acordada, o documento terá uma postura mais diplomática em relação à Rússia.

As negociações foram encerradas por volta das 23h da sexta-feira e agora resta aguardar a análise e aprovação dos líderes presentes na cúpula. As discussões sobre as questões geopolíticas têm sido um dos principais pontos de tensão no encontro, enquanto os líderes também buscam abordar temas relacionados à economia internacional.

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