Após duas semanas de intensas negociações na cúpula climática em Dubai, a falta de consenso sobre as regras fundamentais para a aprovação de projetos de compensação representou um revés significativo nas discussões. A proposta de um sistema centralizado administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) não obteve o apoio necessário para ser aprovada, resultando em um impasse que frustrou as expectativas de avanço nesta área fundamental para o combate às mudanças climáticas.
A falta de acordo reflete as divergências entre os países sobre o formato e as condições das compensações de carbono, um mercado que movimenta bilhões de dólares e desempenha um papel crucial na redução das emissões de gases de efeito estufa. Enquanto alguns defendem regras mais rígidas e transparência, outros preocupam-se com o impacto econômico e as barreiras à participação de países em desenvolvimento.
A repercussão da falta de consenso na COP28 já se faz sentir nos mercados financeiros e nos setores industriais, com investidores e empresas aguardando ansiosamente a definição de um sistema mais claro e previsível para as compensações de carbono. A incerteza resultante das negociações infrutíferas pode comprometer os esforços de redução das emissões e a transição para uma economia mais sustentável.
Diante desse impasse, a expectativa é que as discussões sobre as compensações de carbono continuem em outras instâncias e fóruns de negociação climática, à medida que os países buscam superar suas divergências e construir consenso em torno de um sistema que concilie as necessidades econômicas e ambientais. A próxima oportunidade para avançar nesse tema crucial será a COP29, onde as partes esperam que as lições aprendidas em Dubai possam contribuir para um resultado mais positivo.