Museu Nacional no Rio de Janeiro recebe doação de 1.104 peças para reconstrução do acervo após incêndio em 2018.

O Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, está em processo de reconstituição de seu acervo após ter sido gravemente danificado por um incêndio em setembro de 2018. Recentemente, o museu recebeu uma doação de 1.104 peças do grupo suíço-alemão Interprospekt, pertencente à família do colecionador Burkart Pohl.

Essa doação foi fruto de uma parceria com o Instituto Inclusartiz e o Museu Nacional, e as peças foram apresentadas à imprensa em uma coletiva realizada nesta terça-feira, 7. O acervo do museu, localizado na Quinta da Boa Vista e vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem previsão de reabertura ao público em abril de 2026.

As peças doadas foram adquiridas em feiras internacionais e são originárias da Bacia do Araripe, que abrange os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Essa região possui formações Crato e Romualdo, datadas de 115 milhões e 110 milhões de anos, respectivamente, e são ricas em material paleontológico.

A paleontóloga do Museu Nacional, Juliana Sayão, destacou a importância dessa doação para a instituição. Segundo ela, as peças permitirão estudos e análises que contribuirão para a reconstrução do ambiente da Bacia do Araripe há milhões de anos, além de auxiliar na recomposição das exposições do museu.

Frances Reynolds, ativista cultural radicada no Brasil e presidente do Instituto Inclusartiz, intermediou a doação feita por Pohl, cuja coleção de fósseis da região do Araripe foi considerada uma contribuição essencial para a recuperação do Museu Nacional.

O diretor do museu ressaltou a importância de iniciativas como essa e fez um apelo para que mais pessoas contribuam para a reconstrução do acervo, que foi majoritariamente destruído pelo incêndio de 2018. Até o momento, o museu já recebeu cerca de 2.000 peças doadas e espera atingir a marca de 10.000 itens para sua reconstituição.

A família de Burkart Pohl possui um histórico de coleções renomadas, o que torna a doação ainda mais significativa. Além disso, Pohl é conhecido por seu apoio aos museus de história natural em todo o mundo, tendo criado centros e museus dedicados a paleontologia em diferentes países. Sua colaboração com o Museu Nacional representa um importante passo rumo à recuperação desse patrimônio histórico e científico.

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