Repórter São Paulo – SP – Brasil

Mulheres negras: a luta por espaço na corrida presidencial dos Estados Unidos ao longo da história.

Nos Estados Unidos, país conhecido por sua democracia consolidada e longa tradição política, a presença de mulheres negras como candidatas à presidência ainda é bastante restrita. Ao longo de 59 eleições presidenciais realizadas desde 1789, apenas oito mulheres negras se aventuraram nesse cenário eleitoral, segundo dados compilados.

É interessante notar que todas essas candidatas representaram partidos consideravelmente menores, fora do espectro tradicional dominado pelos Republicanos e Democratas nos EUA. O marco temporal de 1965 é crucial, já que foi nesse ano que o sufrágio feminino foi legalizado no país, abrindo caminho para a participação política das mulheres, especialmente das minorias étnicas.

A primeira candidata negra à presidência nos EUA foi Charlene Mitchell, que concorreu pelo Partido Comunista em 1968. No entanto, sua participação foi limitada a quatro estados, o que resultou em cerca de mil votos. Somente em 1988, Lenora Fulani se tornou a primeira mulher negra a ter seu nome em todas as cédulas dos estados americanos, representando o New Alliance Party. Fulani obteve mais de 200 mil votos em sua primeira tentativa, repetindo a candidatura em 1992 com 73 mil votos.

Destaca-se também o caso de Cynthia McKinney, do Green Party, que conquistou mais de 150 mil votos em 2008, ano em que Barack Obama foi eleito como o primeiro presidente negro dos EUA. A possível candidatura de Kamala Harris, pelo Partido Democrata, pode marcar um momento histórico como a primeira mulher negra a concorrer por um dos principais partidos do país.

No Brasil, onde o sistema presidencialista já vigorou por 95 anos em um regime democrático, temos exemplos de mulheres negras que já se candidataram à presidência. Vera Lúcia, Marina Silva e Heloísa Helena são alguns desses casos, demonstrando que a representatividade racial também é uma questão importante na política brasileira.

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