Mulheres na medicina: a quebra de barreiras e os impactos positivos da atuação das cirurgiãs no sistema de saúde.

A profissão de medicina sempre foi predominantemente masculina, mas ao longo dos anos, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço nesse campo. Nas décadas de 1960 e 1970, as mulheres eram minoria entre os estudantes de medicina, enfrentando o machismo e a discriminação que eram comuns na época. No entanto, com o aumento progressivo do número de futuras médicas nas faculdades, essas barreiras têm sido removidas, não como uma dádiva dos homens, mas pela determinação feminina.

Apesar disso, as cirurgiãs ainda são vistas com desconfiança por pacientes e familiares, especialmente em áreas com intervenções de maior complexidade. No entanto, estudos mostram que pacientes operados por cirurgiãs tiveram uma pequena mas significativa redução da mortalidade nos 30 dias após a cirurgia, menos complicações e menor risco de reinternações nesse período. Além disso, custos mais elevados foram observados em cirurgias realizadas por homens, o que levanta a questão sobre o porquê de cirurgiãs e cirurgiões, profissionais que recebem a mesma formação e treinamento, praticarem medicina de forma a apresentar gastos tão díspares.

Entre as explicações para essa diferença, estão as habilidades femininas nas tomadas de decisão e na comunicação com pacientes, assim como a sensibilidade afetiva feminina que pode reforçar a empatia com os pacientes. Além disso, o aumento significativo de mulheres na profissão médica ao longo dos anos tem contribuído para uma abordagem mais inclusiva e diversificada no campo da medicina.

No Brasil, a população de médicos mais do que dobrou desde o ano 2000, com uma participação crescente das mulheres na profissão. E, à medida que a profissão de medicina se torna cada vez mais feminina, os benefícios para a sociedade e para a saúde da população são evidentes. Reduzir custos hospitalares e ambulatoriais de pacientes submetidos à cirurgia tem importância crucial em um sistema de saúde em constante crescimento, e a presença crescente de mulheres na medicina pode trazer mudanças positivas nesse sentido.

Portanto, é evidente que a presença das mulheres na medicina vem trazendo mudanças significativas e positivas, contribuindo para uma prática médica mais inclusiva e diversificada. E, com a contínua presença das mulheres na profissão, a tendência é que esses benefícios sejam cada vez mais evidentes e impactantes.

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