Apesar disso, as cirurgiãs ainda são vistas com desconfiança por pacientes e familiares, especialmente em áreas com intervenções de maior complexidade. No entanto, estudos mostram que pacientes operados por cirurgiãs tiveram uma pequena mas significativa redução da mortalidade nos 30 dias após a cirurgia, menos complicações e menor risco de reinternações nesse período. Além disso, custos mais elevados foram observados em cirurgias realizadas por homens, o que levanta a questão sobre o porquê de cirurgiãs e cirurgiões, profissionais que recebem a mesma formação e treinamento, praticarem medicina de forma a apresentar gastos tão díspares.
Entre as explicações para essa diferença, estão as habilidades femininas nas tomadas de decisão e na comunicação com pacientes, assim como a sensibilidade afetiva feminina que pode reforçar a empatia com os pacientes. Além disso, o aumento significativo de mulheres na profissão médica ao longo dos anos tem contribuído para uma abordagem mais inclusiva e diversificada no campo da medicina.
No Brasil, a população de médicos mais do que dobrou desde o ano 2000, com uma participação crescente das mulheres na profissão. E, à medida que a profissão de medicina se torna cada vez mais feminina, os benefícios para a sociedade e para a saúde da população são evidentes. Reduzir custos hospitalares e ambulatoriais de pacientes submetidos à cirurgia tem importância crucial em um sistema de saúde em constante crescimento, e a presença crescente de mulheres na medicina pode trazer mudanças positivas nesse sentido.
Portanto, é evidente que a presença das mulheres na medicina vem trazendo mudanças significativas e positivas, contribuindo para uma prática médica mais inclusiva e diversificada. E, com a contínua presença das mulheres na profissão, a tendência é que esses benefícios sejam cada vez mais evidentes e impactantes.