Repórter São Paulo – SP – Brasil

Mulheres na Itália enfrentam pressão no trabalho após gravidez e dificuldades para retornar ao mercado.

Mulheres no mercado de trabalho na Itália enfrentam discriminação após a gravidez e se deparam com dificuldades para retornar ao emprego. Um exemplo disso é o caso de Chiara, que sofreu pressões para não engravidar e, após a licença-maternidade, se viu sem vagas acessíveis em berçários. Como resultado, Chiara acabou se demitindo para cuidar dos filhos.

No entanto, a problemática é muito maior do que uma questão individual. Segundo dados do Eurostat e da OCDE, a taxa de ocupação feminina na Itália está bem abaixo da média do bloco, com apenas 55% das mulheres entre 20 e 64 anos no mercado de trabalho. Essa disparidade é também refletida em comparação com outros países e regiões, como a União Europeia e o G7.

Além disso, especialistas apontam outros fatores que impactam a baixa taxa de ocupação feminina na Itália, como a falta de infraestrutura para famílias, especialmente em regiões do Sul do país, e a falta de participação masculina nos cuidados domésticos. Isso acaba gerando desigualdades e dificuldades para as mulheres se manterem no mercado de trabalho.

Para resolver essa questão, as especialistas defendem medidas como licença-paternidade, horários flexíveis para mães nas empresas e serviços acessíveis para o cuidado dos filhos. Além disso, ressaltam que é preciso ter um trabalho coletivo de sensibilização, uma vez que o problema afeta não apenas as mulheres, mas também a economia do país.

Segundo os especialistas, a elevação da taxa de emprego feminino poderia impulsionar o PIB italiano em até 7%. Além disso, a falta de mulheres no mercado de trabalho está relacionada à crise demográfica, com um declínio no número de nascimentos ao longo dos anos.

No entanto, apesar das promessas do governo italiano em apoiar a natalidade e a família, poucas medidas concretas foram adotadas até o momento. As especialistas acreditam que é necessário um esforço estrutural para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho e esperam que o Prêmio Nobel de Economia concedido à Claudia Goldin, por pesquisas sobre as mulheres no mercado de trabalho, aumente a atenção para essa questão.

Dessa forma, são necessárias mudanças culturais, políticas e econômicas para garantir a igualdade de oportunidades e a participação das mulheres no mercado de trabalho na Itália. Ações nesse sentido podem trazer benefícios não apenas para as mulheres, mas para toda a economia do país.

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