Mulher malauiana relata horror vivido como empregada doméstica em Omã: “fui traficada e abusada sem piedade”

Mulheres traficadas em busca de uma vida melhor acabam se tornando vítimas de abusos e exploração em países estrangeiros. Esse foi o caso de Georgina, uma mulher de 32 anos que se viu presa em condições desumanas ao aceitar um trabalho doméstico em Omã. Georgina, como muitas outras mulheres traficadas, preferiu manter seu nome em segredo ao relatar sua história.

Ao ser recrutada com a promessa de um emprego como motorista em Dubai, Georgina viu-se enganada ao desembarcar em Omã. A partir daquele momento, ela foi forçada a trabalhar longas horas, todos os dias da semana, sem descanso. Além disso, ela foi vítima de abusos sexuais e físicos por parte de seu empregador e seus amigos, que a venderam como mercadoria.

A situação de Georgina não é única. Estima-se que cerca de dois milhões de trabalhadoras domésticas estejam em condições semelhantes nos países árabes do Golfo. Uma pesquisa realizada por uma instituição de caridade revelou que quase todas essas mulheres eram vítimas de tráfico de pessoas, com relatos de abuso sexual, físico e discriminação.

Para muitas dessas mulheres, a única saída é pedir socorro de forma discreta, como no caso de Georgina, que conseguiu enviar um pedido de ajuda pelo Facebook. Graças a uma ativista em redes sociais do Malauí, Pililani Mombe Nyoni, Georgina conseguiu ser resgatada e retornar ao seu país de origem.

No entanto, a luta contra o tráfico de pessoas continua. Pililani criou um grupo no WhatsApp para reunir outras mulheres malauianas em situações semelhantes em Omã. Através desse grupo, foram compartilhadas histórias de abusos e exploração, evidenciando a gravidade do problema.

O governo do Malauí, em parceria com organizações de combate ao tráfico, tem trabalhado para trazer essas mulheres de volta para casa. No entanto, o desafio vai além do resgate, é necessário criar oportunidades de emprego e combater a pobreza para evitar que mais jovens caiam nesse tipo de armadilha.

Para Georgina, a jornada de superação é árdua, mas ela encontra esperança ao contemplar o Lago Malauí. Com o apoio de ativistas e autoridades, ela busca se reerguer e retomar sua independência. Sua história serve de alerta e inspiração para a luta contra o tráfico de pessoas e a exploração de trabalhadoras domésticas em todo o mundo.

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