Na França, a situação é semelhante. Os muçulmanos franceses da nova geração sentem-se mais confortáveis em praticar sua religião de forma mais visível, reivindicando seu status de membros plenos da sociedade. Esta mudança de comportamento foi observada por pesquisadores e refletida em declarações de Jamel El Hamri, do Instituto de Pesquisa e Estudo dos Mundos Árabe e Islâmico na França, ao jornal Le Monde.
Apesar disso, nem todos estão satisfeitos com a crescente visibilidade do Ramadã. Alguns grupos, como clérigos conservadores e europeus de extrema direita, demonstram descontentamento. Clérigos conservadores argumentam contra a participação de não muçulmanos, enquanto grupos extremistas à direita temem pelo futuro da civilização. Além disso, influenciadores digitais que trataram o jejum do Ramadã como um desafio de saúde online foram acusados de apropriação cultural.
Apesar das críticas, tanto Hafez quanto Wagner acreditam que a aceitação e respeito mútuo entre as diferentes culturas e religiões trazem mais benefícios do que prejuízos. Para muçulmanos que cresceram em sociedades majoritariamente cristãs, incorporar o Ramadã no espaço público é uma forma de reconhecimento e pertencimento. Já para os não muçulmanos, celebrar as diferentes práticas religiosas é uma maneira de promover a diversidade e fortalecer a coexistência pacífica e justa em sociedade.